Carlos Eduardo Cherem**Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
Getty Images
Uma jovem de 24 anos foi detida um dia após dar à luz e outras quatro pessoas foram presas, nesta terça-feira (6), acusadas de participar da venda do bebê recém-nascido, em Contagem (MG), município da região metropolitana de Belo Horizonte.
A jovem vai permanecer sob custódia policial na maternidade do Complexo Hospitalar de Contagem ao lado do filho até receber alta médica. O destino da criança ainda será decidido pela Justiça.
A mãe chegou à maternidade na segunda-feira (5), já em trabalho de parto, e foi atendida normalmente.
O fato de não ter levado para o hospital roupinhas, fraldas ou enxoval para a criança, porém, chamou a atenção dos atendentes do Complexo Hospitalar.
No dia seguinte, dois casais vindos do Rio apareceram na maternidade pedindo informações sobre a criança, um dos homens disse que era o pai do bebê.
Diante da situação, uma psicóloga e uma assistente social do Complexo Hospitalar foram conversar com a mãe, que acabou confessando que daria o filho a um dos casais.
Se dizendo arrependida, ela chorou muito, disse que estava com medo, insegura e precisando de ajuda. A direção da maternidade acionou a PM (Polícia Militar).
De acordo com a PM, a mãe disse que doaria a criança sem seguir os trâmites legais da lei de adoção. Ela contou que, durante a gestação, combinado em um grupo no Facebook entregar o bebê a uma família do Rio.
Os policiais informaram, porém, que, pelas conversas mantidas na rede social entre os envolvidos, tratava-se na verdade da venda do bebê.
A PM descobriu que a jovem recebeu ao longo da gravidez dinheiro dos casais fluminenses como forma de pagamento pelo bebê. A corporação, porém, não informou o valor que teria sido enviado para a mulher.
Os dois casais são da mesma família, duas irmãs e os respectivos maridos. A PM não divulgou as identidades dos envolvidos e informou que nenhum deles tem passagem anterior pela polícia.
Entretanto, não está descartada a possibilidade de que eles façam parte de alguma quadrilha envolvida em esquemas de compras de bebês.
Eles foram enquadrados no artigo 238 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que prevê prisão de um a quatro anos e multa para quem prometer ou efetivar a entrega de filho a terceiro, mediante pagamento, e também para quem oferecer a remuneração ou recompensa. As investigações serão feitas pela Polícia Civil.
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