Você sabia que sessão de 20 a 80 minutos ao redor do narguilé, inalando a fumaça aromatizada e respirando o ar do ambiente, equivale a consumir cem cigarros? A informação é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e se transformou no mote da campanha anunciada na última quinta-feira (03) pelo Ministério da Saúde de combate ao uso do chamado cachimbo de água.
No Brasil, ao menos 212 mil pessoas são usuárias de narguilé, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgados ontem pelo ministro da Saúde, Arhur Chioro. As informações da PNS foram comparadas com as da Pesquisa Especial de Tabagismo, feita em 2008. Os dados mostram que, num período de cinco anos, de 2008 a 2013, a proporção de homens fumantes na faixa dos 18 aos 24 anos que consomem narguilé subiu 139%, passando de 2,3% para 5,5%.
As duas pesquisas não incluem adolescentes, mas, segundo Chioro, essa é a faixa etária mais propensa ao consumo. “Os adolescentes são aqueles que mais se seduzem, achando que o narguilé não os expõe a todos os malefícios do cigarro comum. Mas fumar o narguilé equivale a cem cigarros. Queremos consolidar essa informação junto aos adolescentes”, disse.
Para o vice-diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luís Felipe Ribeiro Pinto, alguns fatores que levam à comparação entre a sessão de narguilé e o consumo de uma centena de cigarros. “O volume de uma tragada de fumaça, no narguilé, é bem maior que a do cigarro. É por esse motivo que você consome o equivalente a cem cigarros num espaço de tempo muito curto. Se um fumante pesado consome de três a quatro cigarros por hora, no narguilé esse consumo será 20 ou 30 vezes maior”, explicou.
Pinto também conta que, por conta da inexistência de filtro, o narguilé leva uma quantidade maior de nicotina ao cérebro, ampliando o mecanismo da dependência. Entre os consumidores adultos de narguilé, segundo a PNS, a maior parte está no Sul, com 46%. Em segundo, vem o Sudeste, com 31%. O Centro-Oeste responde por 20% dos entrevistados que declararam fazer uso do cachimbo. Com os menores índices estão o Nordeste (2%) e o Norte (1%). por Vandinho Maracás
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