Foto: arquivo pessoal
Dividir para multiplicar. Esse é lema do dono da Mormaii, a maior marca de surfe do Brasil, que deve vender R$ 600 milhões neste ano.
Ele vem doando partes da companhia para funcionários e pessoas de sua confiança e essa “generosidade” tem feito dele um homem mais rico. E não se trata de riqueza espiritual. É dinheiro, mesmo.
O fundador, Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo – apelido de infância por causa de pintinhas no rosto, semelhantes às existentes no morango – começou a dividir o bolo há 3 anos.
Primeiro ele doou a fábrica de roupas de neoprene, aquelas que os surfistas usam no inverno, coladas ao corpo.
A confecção vendia R$ 10,5 milhões e dava prejuízo. Os processos estavam desorganizados.
Como a primeira tentativa de doá-la a funcionários não deu certo, Morongo doou a Carlos Casagrande, de 38 anos, um galego de Criciúma, que detinha as licenças para fabricar protetores solares e aparelhos ortopédicos com a marca Mormaii.
Em troca, Casagrande se comprometeu a organizar a empresa e aumentar a produção.
No fim de 2014, dois anos e meio após a mudança, o negócio vendia R$ 24,5 milhões e dava lucro. Nos últimos 12 meses de crise brasileira, o faturamento saltou 22%.
Com isso Morongo ganhou porque a Mormaii está vendendo muito mais roupas de borracha e ele lucra mais com os royalties da marca”.
Royalties
Os royalties são o grande negócio atual da empresa.
Em Garopaba, SC, onde fica a fábrica da Mormaii, a única coisa que se fabrica são as roupas de borracha, sob a batuta de Casagrande – que combinou pagar somente o estoque de matéria-prima recebido na doação, e “conforme fosse possível”.
Todos os outros 2,5 mil itens que levam o logotipo da Mormaii – de skates a guarda-sóis, de bolsas a capacetes – são produzidos por 46 fabricantes.
Elas pagam, em média, 6,5% do valor das vendas para Morongo.
Os artigos com os quais mais lucra são, pela ordem, chinelos (feitos por Grandene e Amazonas), relógios (Technos), óculos (JR-Adamver), bicicletas (Free Action) e roupas (Incobras).
Seu maior ativo é a marca. E os contratos de licenciamento que ela atrai.
Dividir e ganhar mais
Assim como abriu mão da fábrica, Morongo tem doado outras partes da empresa.
O departamento de marketing, que produzia material publicitário para os produtos licenciados, foi desmembrado e resultou na criação da agência MXM, dada a dois funcionários antigos.
A área que administra as franquias – a marca deve terminar o ano com 40 lojas – originou a A33, também entregue a um parceiro.
O e-commerce foi cedido à funcionária que insistiu em sua criação. Até o setor de licenciamento, que gera os royalties sobre a marca, ele pensa em repartir no futuro.
Os planos incluem deixar uma parte para a comunidade também.
Cada vez que cedeu um pedaço da empresa, sempre para pessoas em cuja capacidade de gestão Morongo confiava, a área melhorou.
A estratégia fez com que mais produtos Mormaii fossem vendidos, gerando mais royalties para ele.
A venda total de peças subiu de R$ 520 milhões em 2013 para R$ 575 milhões em 2014. Ela deve chegar a R$ 600 milhões neste ano. Mais em http://www.sonoticiaboa.com.br
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