Para driblar a guerra entre evangélicos intolerantes e homossexuais cristãos, um casal de pastores acaba de construir a primeira catedral gay do Brasil. A igreja será inaugurada na segunda-feira, Dia da Pátria, em Madureira, tradicional templo do samba carioca. A intenção dos fundadores é minimizar a importância da opção sexual dos fieis e focar no evangelho. A catedral vai funcionar num antigo cinema na Avenida Edgar Romero, com capacidade para 800 pessoas. Segundo o pastor Fábio Inácio de Souza, a instituição nasceu há nove anos com o nome Igreja Cristã Contemporânea e já tem três mil fieis espalhados pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “Somos uma Igreja Gay”, define o religioso. O pastor avalia que o fato de incluir a palavra gay na definição da igreja não a faz diferente das outras. Ele conta que os cultos são como o de outros templos evangélicos, a diferença é que a opção sexual dos integrantes é respeitada, inclusive a daqueles que são héteros e de famílias tradicionais. "As pessoas estão sedentas pela palavra de Deus. Não queremos que elas mudem para ser aceitas. Estamos abertos para pessoas que se sentem excluídas", prega Fábio.A escolha de Madureira para abrigar a Catedral foi proposital. Na Zona Norte estão sedes de outras igrejas que são contra a união de pessoas do mesmo sexo. A Igreja Gay já possuía um espaço no bairro que chegou a ser alvo de vandalismo, como ataques a bomba e pichações.
O desprezo de Malafaia: O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo disse não considerar a primeira catedral gay como igreja. Segundo ele, para ser caracterizada como organização evangélica é preciso estar de acordo com os dogmas e doutrinas fundamentais do evangelho, que segundo ele, são contra o homossexualismo."Não é a Bíblia que tem que se adaptar a mim, eu que tenho que me adaptar a Bíblia. O homossexualismo é um vício contra a natureza", defendeu. O deputado federal (PSC-SP) e pastor Marco Feliciano também não reconhece a Igreja Gay como instituição Evangélica. “Deus fez homem e mulher e ponto. Não reconheço ministros, liturgias gays e nem igrejas gays. Eles torcem a palavra de Deus para se adaptar ao seu estilo errôneo de vida, provocam dúvidas nos incautos e pervertem o evangelho”, disse. Tribuna)
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