IVAN MARTINS (Ilustração: Cacao)
Sentimentos são duradouros, mas as relações que se criam em torno deles são breves. O namoro acaba em poucos meses e o casamento só dura alguns anos, mas a gente vive as consequências deles por muito mais tempo, como parte de um misterioso ciclo amoroso.
Primeiro, é a festa dos sentidos e das emoções. Mais tarde, a euforia e o desejo dos primeiros dias dão lugar a desencontros e brigas. Depois de algum tempo, com lágrimas ou gritos, às vezes com gelada indiferença, tudo termina. Só que não. O sentimento continua ocupando, doendo, obstruindo. Até que um dia, muito depois dos fatos consumados, ele finalmente desaparece.
Com isso tudo já estou acostumado. O descompasso entre estado civil e sentimentos não me surpreende. O que me entristece é imaginar que, embora os sentimentos possam ser perenes, as relações têm prazo de validade. Parece haver um tempo inevitável – ou a soma de algumas circunstâncias – que põe limite ao convívio voluntário e prazeroso entre as pessoas. LEIA TUDO AQUI
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