O Globo
Pela primeira vez um Papa pisou em uma Cuba que, após mais de 50 anos de rompimento, retoma passo a passo as relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos. Francisco chegou por volta das 16h e foi recebido no aeroporto de Havana pelo presidente Raúl Castro.
Antes dele, apenas João Paulo II, em 1998, e Bento XVI, 2012, estiveram solo cubano, que ainda estava sob embargo americano, em um dos últimos resquícios da Guerra Fria no planeta. Mais do que isso, Francisco é um dos principais responsáveis pela reaproximação entre os governos dos dois países, ao se tornar o principal interlocutor entre os presidentes Barack Obama e Raúl Castro. Durante 18 meses, em encontros secretos no Vaticano e no Canadá, representantes das duas nações maturaram a reaproximação, anunciada em 17 de dezembro do ano passado, uma quarta-feira, em discursos simultâneos realizados pelos dois mandatários.
Se a normalização ainda divide cubanos, e ainda existe um clima de desconfiança do quanto o acercamento resultará em melhorias práticas na vida do povo, sem contar o fato de que os dissidentes da ilha não estão na agenda desta viagem do Pontífice, o papel desempenhado por Francisco o transformou numa espécie de ícone celebrado pela parcela da população esperançosa de que a aproximação com os EUA traga benefícios.
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