O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista ao jornal argentino Página 12 publicada neste domingo (6) que não há "nenhuma razão" para o impeachment da presidente Dilma Rousseff e que as denúncias de corrupção devem ser separadas da condução do governo. "Não há nenhuma razão (para o impeachment), nenhuma razão para acusar Dilma. Todo mundo sabe o caráter do presidente", disse. "Há alegações de corrupção, mas que devem ser separadas da condução do governo".
Apesar de reconhecer as dificuldades do governo com o Congresso Nacional, Lula afirmou que o 'dever' da presidente Dilma é governar, pois ela foi eleita por 204 milhões de brasileiros. "Eu sei que hoje temos alguma incerteza na base política do governo por diferenças entre o Casa e o governo, entre os partidos políticos. ... Mas se recuperarmos a harmonia política também podemos resolver os problemas econômicos", disse.
Segundo Lula, é preciso ficar atento ao ciclo das ações do governo e que é preciso retomar os investimentos que, no entanto, dependem da credibilidade que as pessoas têm no governo. "Se a economia não cresce o Estado não coleta. Se o Estado não recolher o Estado não investe. Se o Estado não investir os empresários não investem, porque eles não têm confiança.
Se o Estado não recolhe por conta desse ciclo, o Estado terá que aumentar os impostos", afirmou, destacando que isso enfraqueceria o governo politicamente. "Ou seja, há toda uma engenharia que não está em livros de economia, porque é político."
Nenhum comentário:
Postar um comentário