Aliny Gama*Do UOL, em Maceió (AL)*Reprodução Facebook
Homem que teve parada cardíaca recebe massagem cardíaca no chão do Hospital Geral do Estado de Maceió (AL)
Os pacientes que buscam atendimento de urgência em Maceió (AL) enfrentam problemas no único hospital público que presta este tipo de atendimento na capital, o HGE (Hospital Geral do Estado), localizado no bairro Trapiche da Barra. As enfermarias do hospital estão superlotadas e pacientes são atendidos no chão por falta de leitos. Diversos vídeos foram publicados em redes sociais mostrando pacientes sendo atendidos no chão.
Imagens feitas por funcionários do HGE mostram a situação crítica da área vermelha do hospital (onde estão os pacientes mais graves). Macas estão empilhadas e quase não há espaço para circulação dos profissionais para atender os pacientes. Pacientes aparecem em cima dos colchões sem lençol e um homem que teve parada cardíaca recebe socorro médico no chão.
O presidente do Sinmed, Wellington Galvão, critica a sobrecarga do HGE porque o Estado não construiu um novo "É inadmissível uma capital com quase um milhão de habitantes ter apenas um hospital público para urgência e emergência. O HGE vive superlotado e quando chamamos a imprensa, o Estado dá alta ou transfere os pacientes para a rede privada para não haver flagrante dos problemas do local", criticou o presidente do Sinmed, Wellington Galvão.
Maceió é a única capital do Nordeste que não tem uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) em funcionamento, pois aguarda, há quase dez meses, o início dos atendimentos de duas unidades construídas pelo governo estadual nos bairros Trapiche da Barra e Benedito Bentes. As UPAs aguardam a contratação de duas Organizações Sociais para gerir a administração. Em março, o município prometeu que as UPAs entrariam em funcionamento nos meses de abril e de junho, respectivamente, o que não ocorreu. Cada unidade tem capacidade para atender até 450 pacientes de emergência, por dia.
Desde junho deste ano a unidade tem registrado aumento no número de atendimentos. Segundo o HGE, no mês de maio foram registrados 11 mil atendimentos, enquanto nos meses de junho e julho o número de pacientes aumentou para quase o dobro, com o registro 20 mil e 17 mil, respectivamente. De acordo com um balanço prévio do mês de agosto, o número de atendimentos diários passou de 450 para cerca de 600, informou o HGE.
Sobre as UPAs, a prefeitura de Maceió informou que a Secretaria Municipal de Saúde assinou o contrato com a OS Isac (Instituto Saúde e Cidadania) no mês de junho para iniciar a gestão da UPA do Trapiche da Barra. Segundo a prefeitura, o processo sofreu atraso porque outra empresa concorrente foi desclassificada e ingressou com recurso na Justiça. Porém, a "seleção de pessoal está em andamento, conforme cronograma do contrato com a Isac".
Em relação à UPA do Benedito Bentes, a prefeitura afirmou que "duas empresas foram consideradas aptas para gerir a unidade e as propostas estão sob análise, dentro do prazo legal da licitação". A prefeitura não informou quando as UPAs iniciarão os serviços.
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