por Jamil Chade e Victor Vieira | Estadão Conteúdo*Foto: Divulgação
O governo federal admitiu publicamente na terça-feira (22) que suspendeu, por tempo indeterminado, a abertura de vagas para o Ciência sem Fronteiras (CsF), uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff. A declaração foi feita durante sabatina no Comitê para os Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU). Os alunos que já estão no exterior terão as bolsas mantidas. "O programa não foi cancelado. Ele apenas não abriu neste momento novas vagas. Isso vai acontecer tão logo a situação financeira melhore", declarou o assessor especial do Ministério da Educação (MEC), Alexey Dodsworth Magnavita de Carvalho. O congelamento também foi confirmado por outro representante do governo, que estava na ONU. "Considerando a realidade econômica do país, o governo federal está fazendo a revisão das metas de seus programas", afirmou o MEC, em nota. Ao lado do Fies e do Pronatec - programas federais que financiam cursos superiores e técnicos -, o Ciência sem Fronteiras foi um dos mais afetados pelos cortes no orçamento neste ano. Após conceder 101 mil bolsas no primeiro mandato, entre 2011 e 2014, a meta era enviar mais 100 mil alunos para o exterior até 2018. Mas não há prazo para a retomada de editais, que não foram abertos neste ano. Com a alta do dólar, que operava ontem a mais de R$ 4, o envio de alunos ao exterior ficou ainda mais difícil. Nos primeiros quatro anos, o Ciência sem Fronteiras consumiu R$ 6,4 bilhões. Era previsto que a iniciativa privada bancasse parte das bolsas. A participação das empresas, porém, foi menor do que o esperado. O MEC também destacou que as bolsas dos 35 mil alunos que ainda estão no exterior serão mantidas. "Os alunos (que estão fora do País) não serão chamados de volta", afirmou Carvalho. A pasta disse ainda que não há atraso nos pagamentos aos intercambistas ou às universidades participantes.
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