O programa Bolsa Família foi criado há 11 anos com a intenção de ser temporário. Alonga-se porque, apesar de muitas famílias brasileiras terem saído da condição de extrema pobreza, outras tantas vivem de maneira semelhante. Para os especialistas, outras ações além do programa assistencialista devem ser pensadas – e executadas – para modificar esse cenário.
“Esse desequilíbrio entre os repasses do FPM e do Bolsa Família não traz nenhuma vantagem para os municípios. Isso revela que a população é pobre e necessita de cuidados”, comenta Irineu de Carvalho, consultor econômico da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece).
A estrutura familiar deve receber atenção dessas cidades, de acordo com Daniel Suliano, analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). “Nessas áreas, há famílias pobres e numerosas, um dos critérios que aumentam o beneficio do Bolsa Família. Isso chama políticas públicas para reorganizar essas famílias”, diz.
O professor João Mário de França, coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da Universidade Federal do Ceará (UFC), arrisca dizer que o programa só poderá ser extinto em uma próxima geração. “Isso porque os filhos dessas famílias estão estudando, se qualificando profissionalmente, e podem, assim, sair da condição de extrema pobreza”, considera. Fonte: O Povo
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