Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Arthur Lira fez três viagens a São Paulo nos mesmos dias em que visitou escritório do doleiro. As passagens foram custeadas pela cota para exercício parlamentar.
Denunciado por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em decorrência de suposto envolvimento com esquema de corrupção da Petrobras, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) usou verba da Câmara dos Deputados para pagar viagens a São Paulo nos mesmos dias em que visitou o escritório do doleiro Alberto Youssef. As notas fiscais da cota para exercício parlamentar de Lira mostram que, por três vezes, suas viagens a capital paulista coincidem com os registros de entrada na portaria de um escritório do doleiro. As informações são da Folha de S.Paulo.
De acordo com a Polícia Federal, as visitas a Youssef eram para pedir propinas para arcar com dívidas de campanha. As viagens partiram de Brasília nos dias 3 de fevereiro de 2011, 24 de fevereiro de 2011 e 7 de julho de 2011. Em todas as ocasiões, Lira deixou São Paulo no mesmo dia. Em uma, voltou a Brasília e, nas outras duas, a Maceió, em seu estado de origem. Segundo notas fiscais, o custo total dos deslocamentos foi de R$ 3,5 mil.
Apesar de já denunciado pelo Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu se vai abrir ação penal contra o deputado, o que o tornaria réu. Ele preside a Comissão de Constituição e Justiça, o mais importante colegiado da Casa legislativa. Destinada a todos os deputados, a cota parlamentar deve ser utilizada para atividades relacionadas com o mandato ou para retorno dos congressistas ao estado de origem.
À reportagem, Lira afirmou que as viagens foram realizadas para tratamento de saúde em São Paulo ou atividades do mandato. Ele ainda disse que não sabia das atividades do doleiro e que acreditava que Youssef era um representante da tesouraria do PP. Foto: Reprodução * Fonte: Congresso em Foco
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