Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI, ao lado do relator Luiz Sergio (PT-RJ) na Câmara dos Deputados
De O Globo
Diante do constrangimento causado com a indicação do relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), como testemunha de defesa do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse ser “incompatível” e “inaceitável” que um integrante da CPI aceite a função.
Para Hugo Motta, o relator terá que deixar os trabalhos da CPI caso passe a atuar como testemunha de defesa de Vaccari, acusado de ser um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras. O presidente da comissão defende que Luiz Sérgio tenha um posicionamento “claro e imediato” sobre a indicação de Vaccari sob pena de colocar sob suspeição os trabalhos da CPI.
Na quinta-feira, Vaccari indicou como testemunha de defesa no processo que responde decorrente da operação Lava-Jato o deputado Luiz Sérgio, além do ex-governador do Rio Grande Sul, Tarso Genro, e o deputado Sibá Machado, líder do PT na Câmara.
Como relator da CPI da Petrobras, cabe a Luiz Sérgio investigar a conduta dos suspeitos de corrupção na estatal e preparar o relatório com as conclusões da comissão, inclusive recomendando punição e até mesmo prisão de investigados, incluindo de Vaccari.
O juiz federal Sérgio Moro questionou a escolha da defesa de Vaccari e pediu que os advogados do petista apresentem em até cinco dias as justificativas para a convocação dos dois deputados federais e de Tarso Genro. Moro ressaltou o perigo de usar o processo penal para “constranger agentes públicos”.
Na ocasião, Luiz Sérgio (PT-RJ) disse que a indicação de seu nome como testemunha de defesa no processo causa constrangimento. O deputado afirmou que irá analisar a situação junto ao departamento jurídico da Câmara para saber se isso traz algum impedimento.
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