CE - Hospital nega a carência de equipamentos e garante que as pessoas foram acomodadas em tempo adequado. Fonte: Diário do Nordeste
As imagens foram feitas na sala de reanimação. A Superintendência da unidade afirma que está apurando o caso para tomar as medidas cabíveis.
Em mais um capítulo da grave situação enfrentada pelos que necessitam de internação na Capital, pacientes foram submetidos a atendimento médico no chão. O fato aconteceu no Instituto Doutor José Frota (IJF), maior hospital de referência do Estado em traumatologia.
As imagens foram registradas no último domingo (10) e também na manhã de ontem, período em que a unidade geralmente registra maior demanda de atendimento, oriunda das ocorrências do fim de semana. Ao todo, 696 pessoas deram entrada no hospital no último sábado e domingo, entre eles, 130 vítimas de acidentes com motocicletas, 121 de quedas, 36 por acidentes envolvendo automóveis e 23 atropelados.
Ontem, 124 pessoas aguardavam atendimento nos corredores do IJF, de acordo com o "Corredômetro", levantamento diário realizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará e a Associação Médica Cearense (AMC), desde o dia 21 de abril.
"O aumento da violência, agressões físicas, feridos por armas de fogo e armas brancas, além dos motociclistas acidentados, tudo isso faz a demanda acumular. Na sexta à noite, começam a surgir as macas nos corredores e, quando chega o domingo, já está um caos", revela uma profissional da unidade, que preferiu não se identificar.
A imagem registrada ontem, esclarece ela, não é rotineira, mas acontece ocasionalmente quando a situação já está insustentável. "Fazemos malabarismos para que isso não aconteça, mas nesse caso, não tinha mais como. O paciente estava muito mal e, na ausência da maca, tivemos que colocá-lo no chão".
Ela afirma que o número de profissionais médicos é reduzido e que, não raramente, faltam medicamentos e materiais, básicos, como luvas. "Às vezes, são apenas quatro médicos para atender o dia inteiro e à noite".
Por meio de nota, a Superintendência do IJF informou que a situação dos pacientes à espera nos corredores é decorrente do excesso de demanda, mas que diariamente são tomadas medidas internas com o intuito de amenizar o quadro, como a qualificação da linha de cuidado e otimização de leitos internos e de retaguarda. Para requalificar a rede e otimizar a assistência aos pacientes, o IJF informa que segue em andamento uma interlocução com a rede de assistência secundária ao trauma.
Apuração
Em relação às pessoas sendo atendidas no chão, a direção da unidade esclareceu, também por nota, que instaurou procedimento administrativo para apurar o fato, ocorrido na sala de reanimação. A direção destaca não ser essa a norma nem a prática do hospital, "que tem macas suficientes disponíveis aos pacientes", o que confirmaria que o fato não ocorreu por falta dos equipamentos.
Ainda segundo a nota, a unidade está apurando as circunstâncias em que foram feitas as imagens para adotar as medidas cabíveis, mas já afirma que os pacientes mostrados foram acomodados em tempo adequado e assistidos conforme a especificidade de cada caso.
"A direção do IJF reitera, mais uma vez, que repudia toda e qualquer forma de tratamento inadequado nas dependências do hospital, como também rechaça, de forma veemente, a eventual manipulação de fatos que denigrem a imagem da instituição que tem relevantes serviços prestados à população", completa a nota.
A Defensoria Pública do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas (NDHAC), instaurou, ontem, um procedimento preparatório para investigar a situação enfrentada pelas unidades de saúde de Fortaleza. Para tanto, já foram marcadas inspeções no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), na próxima quarta-feira e no IJF, na quinta-feira.
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Rubens Correia Macas - "Se nem gaze para engessar tem, imagine maca!"
Luana Guthyeres - "Esses políticos não têm nenhuma responsabilidade social. Isso jamais deveria acontecer com quem tem um dos impostos mais altos do mundo"
Martha Nogueira Amorim - "Tanto imposto para nada. Falta de respeito com o ser humano. Falta de respeito com os profissionais da saúde". Fonte: Diário do Nordeste
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