Josias de Souza destaca que em almoço na residência oficial da presidência do Senado, Lula ouviu críticas de Renan Calheiros à administração de Dilma Rousseff. Podendo defender a pupila, Lula preferiu endossar os reparos. Em essência, Renan disse que o governo padece de falta de rumo. Ele condena Dilma por chamar de ajuste fiscal um pacote que se limita a restringir benefícios trabalhistas, sem apresentar ao país uma estratégia para a retomada do crescimento.
Ecoando o interlocutor, Lula avaliou que Dilma se deixou enredar por uma agenda negativa, mergulhando o governo na inércia. O padrinho da presidente enxergava no programa de concessão à iniciativa privada de obras de infraestrutura uma perspectiva de virada de página. Lamentou a decisão de Dilma de adiar para junho o anúncio da reabertura da temporada de concessões.
A conversa entre Lula e o investigado Renan Calheiros foi testemunhada pelo líder do governo, senador Delcídio amaral (PT-MS), e pelo também investigado senador Edison Lobão (PMDB-MA). À noite, Lula reuniu-se com Dilma, no Palácio da Alvorada. Os dois conversa a miúde. Mas o criador vem se queixando de que a criatura já não ouve os seus conselhos como antes.
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