Os movimentos contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) se preparam para novas manifestações, neste domingo, em mais de 150 cidades do Brasil. E em outras cinco fora do país: Nova York e Seattle, nos Estados Unidos, Londres, na Inglaterra, Dublin, na Irlanda, e Sidney, na Austrália.
Em Belo Horizonte, apesar da baixa adesão pelas redes sociais – as páginas criadas no Facebook para organização do evento mostram pouco mais de 10 mil confirmações –, os organizadores dos movimentos “Brasil Livre” e “Basta Brasil” esperam no mínimo a mesma quantidade de pessoas reunida no dia 15 de março, quando 24 mil manifestantes participaram do ato na capital.
A Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, região Centro-Sul, será novamente palco da insatisfação dos moradores da capital. Outros 32 municípios mineiros já têm horário e local marcados para a concentração dos protestos.
No mês passado, uma das páginas do Facebook registrava mais de 35 mil confirmações às vésperas do evento em Belo Horizonte. “Desta vez, pela internet está mesmo um pouco devagar, mas estamos percebendo pelo boca-a-boca que mais pessoas participarão”, diz a médica Flávia Figueiredo, de 42 anos, uma das organizadoras do movimento “Basta Brasil”, criado durante a última manifestação.
“Estamos contando com três trios elétricos e carros de som. A ideia é ficar na Praça da Liberdade, pode ser que haja uma passeata, mas só vamos definir no dia. Se houver, o percurso também será definido no domingo em conjunto com todos os grupos e com a Polícia Militar”, afirmou Flávia.
O movimento “Brasil Livre” definiu dez pautas nacionais de luta. O pedido de impeachment da presidente da República ainda é a principal reivindicação dos manifestantes.
“Vamos manter o impeachment da presidente em primeiro lugar na pauta. O movimento tem reivindicações secundárias que abordam a postura ideológica e as alianças de Dilma. O repúdio à ditadura instaurada na Venezuela e a concessão de asilo político a Leopoldo López são pautas secundárias estabelecidas”, explica a estudante Débora Gois, de 21 anos, à frente do movimento “Brasil Livre” em BH.
A redução do número de ministérios, a saída do ministro Dias Toffoli da turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgará o processo da operação “Lava Jato’ e a implantação de CPIs do programa Mais Médicos e do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) também estão na pauta do “Brasil Livre”.
Para os manifestantes, o governo não entendeu o que foi pedido no último protesto. “A presidente ignorou as os pedidos, a impressão é que ela simplesmente não deu crédito algum às pessoas que foram às ruas”, destacou Débora.
Deputado do PT cobra ‘mudança profunda’ e aumento do diálogo com a população
O deputado estadual Durval Ângelo (PT), líder de governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, acredita que o governo Dilma deve realizar uma “mudança profunda no Brasil” e dialogar com a população.
“A grande maioria é contra o modelo de estado que nós temos hoje. Mais de 9o% reprovam o Congresso Nacional, 75% reprovam o governo federal, a insatisfação com o poder Judiciário já está acima de 60%, então é preciso ouvir os cidadãos, fazer mudanças estruturais e caminhar para a reforma política”, afirmou Durval.
Em sua conta do Twitter, o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), convocou seus seguidores para as manifestações. “Dia 12 de abril, domingo, nós temos um encontro com o futuro do Brasil”, escreveu Pestana.
Outro tucano que participará do protesto é o deputado estadual Luiz Humberto Carneiro. “Vou participar da manifestação como cidadão, acho que o governo federal não entendeu o recado das ruas. Eles falam muita coisa, que vão fazer reforma disso e daquilo, mas medidas precisam ser tomadas. A população quer reforma política e o fim da corrupção”, disse Carneiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário