Pela primeira vez a maioria dos brasileiros reprova a presidente Dilma. A pior avaliação, em mais de duas décadas. A popularidade da presidente caiu tanto, que só perde para Collor, em 1992. Tão rápido, para ela. Para ele, foi por causa do impeachment. No segundo mandato a sua curva de aprovação virou para a de reprovação. Por que em poucos meses, depois da reeleição, caiu assim? As respostas são oriundas principalmente da economia. A presidente disse na campanha política de que a economia ia bem. Não ia. Logo, depois, as contas nacionais estouraram como deficitárias. Rombos que há mais de uma década não existiam. A Petrobras não conseguiu até hoje fechar o balanço trimestral de outubro de 2014. Há um mês a estatal foi considerada como inidônea financeiramente. Isto é, perdeu o grau de investimento internacional, que fora concedido pela maior agência risco, a Standard & Poor’s. Cerca de 20 empresas também saíram do grau de confiança, para o grau especulativo de inversões, pelas agências de risco. A presidente afirmou que não mexeria em direitos trabalhistas, mas mexeu, reduzindo benefícios. Disse que o Banco Central dificilmente elevaria os juros da SELIC. No entanto, é somente o que ele tem feito e ainda fará para combater a inflação, que está ascendente, em direção a 8% anuais, mantendo postura ortodoxa da sua atual equipe econômica. Jogou mais lenha na pressão inflacionária, elevando as contas de energia elétrica em mais de 40%, podendo, em alguns casos chegar acima de 70%. Por outro lado, elevou a CIDE sobre combustíveis. Aumentou os seus preços e promete elevá-los ainda mais. O seu maior orgulho era ter reduzido a taxa de desemprego. Porém, este já está aumentando neste ano e está havendo destruição líquida de empregos. Quer dizer, começou muito pior o segundo mandato e mais de 2,3 milhões de pessoas foram protestar nas ruas, no domingo, dia 15, próximo passado. Na política, está em conflito, um atrás do outro, com sua base aliada no Congresso, em especial, com o PMDB.
O fato é que a avaliação ruim/péssima da gestão de Dilma disparou para 62%, neste março, de forma generalizada, por renda e regiões geográficas, conforme apresentou ontem o Instituto Datafolha. No início de fevereiro, a avaliação ruim/péssima de Dilma estava em 44%. Em maio de 2014 era de 7%. Os que consideravam seu governo regular eram 24%, no início de março. Ótimo/bom, 13%. Não declarou opinião, 1%. Conforme o Datafolha, a desaprovação é de pelo menos 60% em todos os segmentos, na divisão dos entrevistados por faixas de renda.
A situação incômoda dela, fez com que mandasse a equipe econômica ir a campo, perante classes empresariais e políticas, para explicar o necessário ajuste fiscal, pelo que acredita terá fôlego, para recuperar a economia no final do segundo semestre deste ano. No fundo, é o que a maioria da população, pelo menos almeja: a volta do crescimento econômico. por Paulo Brito
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