"O atirador se aproxima do animal, contra o vento. Dispara. Quando o animal cai, outros dois caçadores aparecem, para extrair o chifre. Daí vamos ao nosso esconderijo e esperamos até anoitecer para caminhar até a fronteira." O depoimento é de Eusébio, 27 anos, que mora em uma das muitas aldeias moçambicanas próximas à fronteira com a África do Sul. É uma área desolada e empobrecida. A maioria das pessoas se sustenta com pequenas plantações de milho e verduras. Mas Eusébio tinha outro plano em mente.
"Encontrei meus amigos para discutir como poderíamos escapar da pobreza. Decidimos caçar rinoceronte. Esperamos e assistimos aos movimentos dos guardas-florestais e, quando escurece, andamos longas distâncias, aonde os guardas raramente vão. Quando a polícia não está por perto, você pode matá-lo (o rinoceronte), mas ele tem que morrer no primeiro tiro, senão fica muito perigoso. Cortar o chifre é difícil, mas nós do campo estamos acostumados a cortar madeira com machetes."
Em Moçambique, não há mais rinocerontes (o último foi morto dois anos atrás), então o destino de Eusébio era o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, área selvagem onde os animais passeiam livremente. Ali está a maioria dos rinocerontes do mundo, o que torna o local atraente para caçadores.
No ano passado, um recorde de 1.215 rinocerontes foram abatidos na África do Sul, e 42 caçadores morreram em confrontos com a polícia - um conflito sangrento e crescente estimulado pela falsa crença, na Ásia, de que o chifre do rinoceronte cura câncer. Leia mais em http://surgiu.com.br
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