MS - A dona de casa Cira Igino da Silva, de 45 anos, que por 20 foi mantida em cárcere pelo marido, morreu na madrugada desta terça-feira (14), em Campo Grande. Ela estava com câncer.
Segundo informações da família, o tumor maligno foi descoberto há três meses e já estava em estágio tão avançado, que não deu tempo para iniciar tratamento.
Cira morava com os quatro filhos e os pais na Comunidade Tia Eva, no Jardim Seminário. Pedreiro,o pai dela, Adão Silva, construía para a filha uma casa no mesmo terreno com ajuda de doações.
Cárcere
A violência doméstica contra Cira foi descoberta em dezembro de 2013, após denúncia de uma agente de saúde. Ela morava com o marido e filhos em uma residência do bairro Aero Rancho, era agredida e não podia sair do imóvel sozinha.
Quando o cárcere foi descoberto, Cira tinha hematomas no corpo e dentes quebrados, segundo a polícia, por conta da violência. O marido foi preso.
Os muros da casa onde a família morava tinham mais de dois metros de altura e o portão não possibilitava visão para a rua. O imóvel não possuía banheiro adequado, nem chuveiro ou vaso sanitário.
Na época, as crianças, de 9 e 13 anos, frequentavam apenas a escola. O menino de 5 anos só ficava em casa por conta de não ter idade escolar e um adolescente, de 15, não estudava porque o pai não permitia.
História
Cira é de Minas Gerais e veio para o estado com a família. Trabalhou como doméstica e, aos 22 anos, foi morar com o suspeito na capital sul-mato-grossense.
Em relato ao G1 na época, Cira contou que companheiro passou a ficar violento após o nascimento do primeiro filho do casal. Desde então, na versão da mulher, o adolescente e os irmãos testemunharam o pai agredir a mãe e também foram vítimas dele.
O suspeito trabalhava como servente de pedreiro, passava o dia fora da residência e, apesar de ficar com as chaves do imóvel, ela não fugia do local e nem denunciava a situação por conta das ameaças que recebia e também por causa dos filhos. Foto: Reprodução **Fonte: G1
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