Companhias aéreas estão colocando ainda mais assentos na classe econômica dos aviões para proteger suas margens de lucro em época de queda no preço dos bilhetes, gerando preocupações sobre a saúde e a segurança de passageiros e da tripulação. Fonte: Terra
Design com linhas finas, mais saídas de emergência e a colocação de banheiros e cozinhas em lugares criativos fazem parte desse processo que permite ganhar espaço para espremer mais cadeiras, afirmam observadores da indústria.
“Há várias regras específicas para o transporte de animais, mas isso não acontece no caso dos seres humanos”, disse Charlie Leocha, chefe do grupo de consumidores Travelers United, a um comitê do governo dos EUA que examina o assunto.
A distância de um assento para o outro à frente e ao lado encolheu para 71 centímetros em alguns voos, quando o mais comum são 81 cm na classe econômica, de acordo com fabricantes de cadeiras.
As empresas Boeing e Airbus estão aumentando o número de assentos por fileira. Além disso, as companhias aéreas melhoraram o gerenciamento e a venda de bilhetes e estão lotando mais as aeronaves, o que significa que os assentos do meio raramente ficam vagos, aumentando o desconforto.
Algumas companhias aéreas de baixo custo, como Allegiant, Ryanair e Spirit, também optam por assentos que não reclinam, que são inclusive mais baratos de fabricar. O número de passageiros de cada tipo que um avião pode levar é definido principalmente pela rapidez com a qual as pessoas podem sair da aeronave em uma emergência – daí o maior número de saídas de emergência criadas quando mais assentos são incluídos. O papel dos fatores econômicos é claro.
A expectativa é que o preço médio dos bilhetes caia 5% neste ano, de acordo com a IATA, enquanto companhias aéreas devem ter a maior margem de lucro líquido em 5 anos. Mas o impacto na saúde e na segurança ainda está sendo discutido.
A falta de espaço tem provocado mais conflitos por “air rage”(termo em inglês para definir a raiva que toma alguns passageiros em viagens de avião). Foi o que afirmou Julie Frederick, da Associação de Comissários de Bordo Profissionais dos EUA, em uma audiência do comitê para a proteção do consumidor na aviação, em Washington.
No último ano, vários voos tiveram que ser desviados depois que passageiros se envolveram em brigas relacionadas à reclinação de assentos e à falta de espaço para as pernas.
O espaço diminuto também dificultou para a tripulação lidar com pessoas que precisam de ajuda médica, disse Julie. Keith Hansen, diretor da companhia de baixo custo Allegiant, afirmou na audiência que ele não acredita que a maior densidade de cadeiras esteja aumento o risco em caso de uma evacuação. “Não acreditamos que haja risco aumentado na segurança em caso de uma evacuação de emergência. Todas as aeronaves são aprovadas e certificadas por órgãos competentes”, disse. Fonte: Terra
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