O presidente Marcelo Nilo recebeu em seu gabinete um grupo de representantes dos movimentos indígenas e quilombolas, dos cerca de mil manifestantes que chegaram pacificamente na Assembleia Legislativa da Bahia na tarde desta quarta-feira (15).
O grupo solicitou o apoio dos deputados para barrar a Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 215), que transfere da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para o Congresso Nacional, a prerrogativa de demarcação territorial indígena. Além do presidente da Casa, os deputados Pastor Sargento Isidório (PSC) e os petistas Marcelino Galo, Fátima Nunes e Luiza Maia, fizeram parte da comitiva que recepcionou os lideres da manifestação.
Cerca de 12 movimentos organizados envolvidos na luta, se mobilizaram para protestar contra a PEC 215, além de pedir o avanço da reforma agrária na Bahia. "Nos reunimos aqui e em Brasília, em nome das comunidades indígenas e quilombolas e outros movimentos organizados, pois essa PEC tira o nosso direito às terras que pertencem ao nosso povo, das quais tiramos o nosso alimento e sustendo", explicou Fábio Titiah, liderança da tribo indígena Pataxó Hã Hã Hãe.
De acordo com Fábio, os índios também fazem parte da Agricultura Familiar, responsável pela produção de 70% do alimento que chega à mesa da população brasileira. "Essa situação precisa ser resolvida, porque hoje restam apenas 750 mil dos 5 milhões de índios que um dia povoavam o Brasil, devido à tantas disputas territoriais violentas em todo o país", pontuou. Eles consideram a aprovação da PEC um retrocesso na histórica luta brasileira pela Reforma Agrária.
Após ouvir as reivindicações do grupo, Marcelo Nilo fez questão de manifestar seu apoio à causa. "Eu garanto à vocês que vou conversar com o governador Rui Costa e pedir o apoio dele nessa questão. Além disso, vou reunir todos os colegas parlamentares, para preparar um relatório que será entregue ao presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, explicando o pleito de vocês", declarou. Nilo citou o conflito do município de Buerarema, ocorrido em 2014, quando ele apoiou a luta dos índios e mesmo perdendo muitos votos na região, manteve o seu apoio à causa indígena. "A luta de vocês é justa, tem legitimidade e é fortalecida pela união, portanto, não desistam, pois nós deputados garantimos o nosso apoio", finalizou.
Durante oito anos à frente da Alba, Marcelo Nilo fixou como marca o gosto pelo debate e a defesa da democracia, abrindo portanto, as portas da Casa Legislativa para todos os movimentos sociais. "Há pelo menos oito anos, nós recebemos na Casa do Povo todos os movimentos sociais organizados. Sempre abriremos espaço para as mulheres, os negros, os índios, os homossexuais, quilombolas e todos os grupos que tiverem pleitos legítimos", arrematou o presidente.
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