Durante as duas décadas em que Mercosul e União Europeia mantêm sobre a mesa a proposta de negociação de um acordo de facilitação de comércio, os impedimentos têm sido diversos. Desde a resistência europeia à entrada de produtos básicos brasileiros ate as dificuldades nacionais de abrir espaço para bens manufaturados europeus. Hoje, o impasse é político.
Pressionada por setores da economia para ampliar a parceria com a UE em relação ao Mercosul, a presidente Dilma Rousseff considera que são os europeus que resistem ao movimento, de acordo com auxiliares da Presidência. A avaliação é que as dificuldades brasileiras recrudesceram em maio, com a vitória de partidos conservadores na renovação do Parlamento Europeu, que imprimiram características mais protecionistas às nações do bloco.
Por outro lado, os europeus se ressentem de medidas adotadas pelo Brasil, em especial a reserva de mercado para automóveis fabricados internamente. A UE questiona, na Organização Mundial do Comércio (OMC), a política industrial do governo Dilma que, entre outras medidas, impôs uma sobretaxa de 30 pontos porcentuais para carros produzidos fora do Mercosul.
A equipe da petista reconhece que hoje a retomada de alianças com a UE é mais estratégica para dar novo fôlego à sua gestão do que as relações com os países do Mercosul. Não só para criar novas perspectivas de estímulo para economia, melhorar índices econômicos e agradar empresários, mas também por questões eleitorais.
Apesar do esforço brasileiro, as negociações com a UE naufragaram antes, diante da crise da Argentina. Vem daí o apelo de empresários para revisar as regras do Mercosul para dar ao Brasil mais liberdade de acordos comerciais sem os vizinhos.
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