O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, é alvo de denúncia que o põe mais uma vez no centro das atenções em Brasília. De acordo com o jornal Estadão desta segunda-feira (14), o “pesado”, porém “amoroso” pededista permite a atuação de lobistas dentro do ministério para negociar a liberação do registro sindical. Trata-se de ex-funcionários da pasta – alguns ligados ao próprio Lupi –, que, segundo a publicação, agem como intermediários, com livre acesso aos gabinetes, para acelerar processos, furar a fila de outros, negociar pendências e garantir para um sindicato parte do bolo anual de R$ 2 bilhões arrecadados com o imposto sindical. Conforme a reportagem, quem paga o pedágio do lobby tem a promessa de jogo rápido. Desde 2007, quando Lupi assumiu o MTE, cerca de 1,1 mil entidades sindicais conseguiram registro. Na última terça, Lupi encontrou-se com a lobista Martha Moreira de Freitas na reunião do Conselho Curador do FGTS, presidido por ele. Ela cuida dos interesses dos 400 sindicatos filiados à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) nos processos de registro sindical e tem trânsito livre no gabinete da secretária de Relações do Trabalho, Zilmara David de Alencar, que recebe os pedidos de carta sindical. Martha admitiu ao Estadão que sua influência é o segredo do negócio. “Se eu falar que não tenho contato, estou sendo hipócrita. Ajuda porque tenho conhecimento, não vou utilizar meu conhecimento? Eu ajudei a fazer a portaria”, afirmou. A contratação desta intermediação abre caminho, segundo sindicalistas, para agilizar os processos e, inclusive, barganhar o "preço" do registro, algo que o ministério sempre negou existir, apesar de denúncias recorrentes.
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