Foto: Marcos Santos / USP Imagens
A tendência de envelhecimento da população brasileira não tem sido acompanhada por medidas que garantam os direitos desse público, sobretudo no âmbito da saúde pública. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, um dos principais gargalos é a baixa oferta de políticas de cuidado para idosos que precisam de apoio, como os chamados centros-dia.
Apesar de ocupar lugar de destaque no Estatuto do Idoso - que completou 15 anos nesta segunda-feira (1º) - a garantia de acesso à saúde é um dos itens que mais registra queixas por parte dessa população. Para Uehara, o modelo de saúde brasileiro "é do século passado", focado em doenças agudas, infecciosas, que eram resolvidas com medicação. Hoje, entretanto, há uma prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e que exigem um cuidado contínuo, ao longo de toda a vida.
"Os serviços de saúde não foram pensados para a população mais idosa. Temos um modelo de saúde do século passado, quando o que predominava eram doenças agudas, infecciosas, que eram resolvidas com medicação e que eram autolimitadas. Hoje, a gente tem uma prevalência de doenças crônicas não transmissíveis que exigem um modelo de cuidado que deve ser contínuo, ao longo de toda a vida. Se antes o sistema de saúde tinha que estar preparado para tratar, por exemplo, pneumonia, resfriados e meningites, agora, são doenças como pressão alta e diabetes", afirmou.