Por: Fernando Moreira
Evan Atar Adahar Foto: Divulgação/ACNUR
Evan Atar Adahar é um cirurgião que dirige hospital na miserável Bunj (Sudão do Sul). Na verdade, ele é mais do que isso. O médico faz "mágica".
Sem boas condições para manter o hospital em funcionamento adequado, Evan, de 52 anos, muitas vezes tem que apelar a peças de carros abandonados como equipamentos durante cirurgias.
O quadro é crítico: não há aparelho de raios-X, os geradores falham constantemente e, na ausência de anestesia, o cirurgião apela a cetamina, substância usada a sedação consciente em emergências pediátricas, endoscopias, cateterismos e radiologia. A linha para suturas é feita com ajuda de máquina de costura.
"Mesmo que falte alguma coisa, eu tenho que realizar a cirurgia. Usamos anzóis como se fossem agulhas. Não posso me entregar diante da ausência de equipamentos", disse o médico, segundo reportagem do "Mirror".
Evan Atar Adahar durante cirurgia Foto: Divulgação/ACNUR
Os quadros mais comuns são de malária, febre tifoide e tuberculose, mas, em meio a uma sangrenta guerra civil, o número de baleados atendidos no hospital de 120 leitos cresce assustadoramente.
O cirurgião tem que dormir em uma tenda e só vê a mulher e os quatro filhos três vezes por ano. A família mora em Nairóbi (Quênia).
Além disso, o Sudão do Sul, que ganhou independência em 2011, é um ambiente hostil para médicos e agentes humanitários, que costumam ser sequestrados e assassinados por milícias. Até civis são armados até os dentes. No início deste ano, um grupo armado invadiu o hospital, que recebe apoio da agência da ONU para refugiados (ACNUR), reclamando que o órgão não os estava empregando. Após longa negociação, eles deixaram o centro médico.
Apesar dos grandes riscos, Evan, que é nascido no Sudão do Sul, realiza 50 operações por semana. https://extra.globo.com
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