Óbito em recém-nascidos: Especialista ressalta importância dos testes feitos na maternidade
Pediatra Giselle Pulice explica que, além do teste do pezinho, exames do olhinho, orelhinha, linguinha e coraçãozinho são determinantes na cura de doenças graves em bebês.
As primeiras horas na maternidade e os primeiros dias de vida da criança envolvem a realização de testes fundamentais para diagnóstico precoce e prevenção de problemas sérios. Como explica a médica pediatra Giselle Pulice, membro da equipe de especialista do Espaço Zune, a maioria desses exames é feita antes mesmo de a mãe e o bebê receberem alta e podem detectar uma extensa variedade de doenças e anomalias congênitas. Não por acaso, em 2024 o Ministério da Saúde aumentou em R$ 30 milhões o recurso anual do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) para ampliar o acesso aos testes por meio da rede pública.
Contudo, a pediatra ressalta que assim como o popular teste do pezinho, existem outros exames fundamentais que devem ser realizados nos primeiros momentos de vida do recém-nascido que ainda são ignorados. “Esses testes apontam a necessidade de intervenções específicas e, em alguns casos, podem até ser determinantes já que algumas doenças detectadas por meio deles têm cura quando tratadas desde os primeiros dias de vida. Inclusive, existe uma página na caderneta de saúde em que todos os resultados devem ser escritos quando realizados, mas não é incomum encontrar essa página não preenchida”, argumenta a médica.
O que é o teste do pezinho?
A pediatra lista cinco testes que devem ser realizados no recém-nascido ainda na maternidade ou mesmo na primeira semana de vida. São eles: teste do pezinho, do olhinho, da orelhinha, da linguinha e do coraçãozinho. Todos eles são realizados tanto em maternidades particulares como em nascimentos na rede pública de saúde.
Porém, ela ressalta que o teste do pezinho é o único que normalmente acaba sendo realizado já fora da maternidade. Isso acontece porque a coleta de material para ele deve ser feita entre 3 e 5 dias após o nascimento da criança, período em que mãe e bebê já terão sido liberados para irem para casa desde que não aconteça nenhum imprevisto durante o parto.
Como Giselle explica, ele é feito pela coleta de sangue com um pequeno furo no pé do bebê e não deve ser confundido com o carimbo do pezinho feito na maternidade. “Na rede pública ele identifica doenças graves como o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, as hemoglobinopatias (incluindo traço falcêmico e doença falciforme), pesquisa de biotinidade e toxoplasmose congênita. O mais importante de frisar é que todas essas doenças têm tratamento se descobertas nos primeiros dias de vida”, pontua.
Teste do olhinho e da orelhinha