Eles descobriram que o aumento no volume de treinamento pode ser a chave para que idosos não responsivos consigam reverter a perda muscular
Foto: Sidnei Barros/PMG
Você já deve saber que os treinos de força, como a musculação, são altamente eficazes para reverter perda muscular em idosos. A questão é, como fazer isso, já que nem todos respondem bem a essa atividade? Por Karen Belém / SNB
Pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP) comprovaram uma estratégia simples: aumentar o volume de treinamento. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Applied Physiology.
Entre os participantes que inicialmente não respondiam bem aos treinos, 80% apresentaram melhorias após a intervenção. E aqueles que já tinham uma resposta positiva aos exercícios, 47% conseguiram ampliar ainda mais sua massa muscular.
Perdemos músculo quando envelhecemos
À medida que envelhecemos, a perda de massa muscular se torna uma realidade inevitável.
Esse processo, conhecido como sarcopenia, pode comprometer significativamente a qualidade de vida dos idosos.
Segundo o estudo, após os 30 anos, o declínio da massa muscular acontece em torno de 3% a 8% e, depois dos 60 anos, o aumento é ainda mais drástico.
Isso deixa as pessoas mais vulneráveis e suscetíveis a quedas, lesões e perda de independência funcional.
E é aí que a musculação entra como uma poderosa ferramenta nessa batalha.
Perfil dos participantes
A pesquisa, liderada pelo educador físico Manoel Lixandrão e orientada pelo professor Hamilton Roschel, investigou a resposta de idosos a diferentes volumes de treinamento de resistência.
Entre os 85 voluntários participantes do estudo, todos eram com mais de 60 anos e clinicamente saudáveis.
Aqueles que não respondiam bem aos treinos de força representavam inicialmente a maioria.
Essa descoberta sugere que, mesmo para os idosos inicialmente não responsivos, ajustes simples no programa de treinamento podem desencadear ganhos musculares significativos
Como o estudo foi feito
Os participantes do estudo foram submetidos a um programa de treinamento de resistência que consistia em exercícios realizados em cadeiras extensoras unilaterais, duas vezes por semana, durante dez semanas.