por Fernando Duarte**Foto: Reprodução/ Redes sociais
Publicidade eleitoral extemporânea é crime. Porém é muito comum vê-la em outdoors nos rincões do país ou, de maneira menos explícita, com o uso de concessões públicas de rádio e TV. Quando o político tem mandato, é fácil encontrar uma justificativa legal: divulgação. Essa flexibilidade expõe a tênue linha entre o que é legal e o que é imoral. E também a dificuldade da população média em identificar que esse tipo de publicidade não deveria guiar o fluxo de votos. Por isso não há renovação no ciclo político.
O PT da Bahia ingressou com uma ação no Ministério Público Eleitoral para investigar uma série de outdoors em agradecimento ao presidente Jair Bolsonaro pelas ações durante a pandemia do novo coronavírus. Mesmo que o chefe do Executivo federal não tenha qualquer responsabilidade pelos apoios, os responsáveis pelo abuso de poder econômico devem sofrer as penalidades previstas em lei. E essa prática precisa ser coibida, independente do beneficiário.
Desde o início de 2018 era possível ver essa prática entre os apoiadores de Bolsonaro. Não dá para mensurar o impacto eleitoral disso, porém não dá para fingir que o crime eleitoral aconteceu sob vista grossa de todos os envolvidos no sistema político. Agora, em meio à crise sanitária e a uma interminável crise política, os outdoors voltaram a aparecer. E ainda com a piada de que o presidente merece algum tipo de crédito no enfrentamento ao coronavírus.