Paralisação do futebol brasileiro se dá em meio a um cenário desalentador do jogo praticado pelo Cruz-Maltino, que tem problemas dentro e fora do campo para resolver
Vasco folga nesta segunda-feira e deve ter tempo para se reorganizar (Rafael Ribeiro/Vasco)
Felippe Rocha**Rio de Janeiro (RJ)
Há quem vá achar o título deste texto forte, exagerado, mas a falta de qualidade apresentada pelo Vasco neste início de temporada é para muito além de preocupante. Por esta razão, e dentro dos limites óbvios de que o futebol não é mais importante do que uma pandemia, sim, a pausa no calendário do futebol pode fazer bem ao Cruz-Maltino.
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Aqui, é importante ressaltar que as competições nacionais estão suspensas pela CBF, e a paralisação do Campeonato Carioca será debatido em reunião nesta segunda-feira.
De todo modo, a pressão sobre Abel Braga tem tamanho cada vez maior, e a segunda-feira deve ser importante. Mas seja qual for o treinador no retorno aos treinos e jogos, o time de São Januário tem muito o que avaliar.
A começar pelo que pode não entrar em campo, mas impede a tranquilidade para o trabalho no dia a dia: os desumanos atrasos salariais precisam ser postos em dia.
Sobre o que acontece em campo. Talles Magno faz uma falta que é nítida para quem lembra dos primeiros jogos do ano. O atacante de 17 anos começou esta temporada como uma referência técnica - não mais uma revelação - e, por isso, atraía marcação dupla ou tripla dos rivais. Mais espaços para os demais companheiros. O tempo, agora, conta a favor da recuperação pós-fratura.
A falta de criatividade da equipe é um problema crônico. Se Bruno César está fora dos planos, Guarín é quem mais se aproxima de ser uma solução para tal problema. Mas o colombiano vai precisar de ajuda e... tempo para entrar em melhor forma.
O jogo contra o Fluminense, no último domingo, deixou lições: embora tivesse a posse de bola de forma confortável durante a primeira hora de jogo, as chances não foram traduzidas em gol e o ímpeto parou por aí. Não seria melhor abrir mão de um time com o que se chama atualmente de "jogo apoiado" e voltar ao "jogo reativo"? Trocando em miúdos, voltar ao modo visto com Vanderlei Luxemburgo?
E mais: quais jogadores que tiveram chance mostraram suficiente para barganhar a titularidade? Pois é. Paralelamente, ficou nítido que o elenco é insuficiente. Se há sofrimento no Campeonato Carioca, será possível que este grupo dê conta do Campeonato Brasileiro?
Perguntas que serão respondidas quando a bola voltar a rolar em solo tupiniquim. Tomara que não demore. Até porque significará que o coronavírus foi controlado e que a pandemia teve fim.