As próximas duas semanas serão a reta final para 8,7 milhões de candidatos que se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os participantes terão de responder a 180 questões, mas, segundo especialistas, é a redação que tem papel preponderante na definição de quem vai bem e pode ficar com uma vaga na universidade. Professores indicam que ainda dá tempo para treinar a composição dos textos.
As provas ocorrem no fim de semana dos dias 8 e 9 deste mês. Aplicada no segundo dia, a redação é como "o fiel da balança", na avaliação do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Miguel Franklin. "É a parte mais importante da prova, ela realmente demonstra se a pessoa sabe escrever, ler, articular as ideias."
Franklin realizou um estudo sobre o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) nas universidades federais, que têm o Enem como critério. "Mas a cada ano aumenta a correlação entre quem vai bem na prova objetiva e na redação", afirma.
A redação é a única parte da prova em que é possível chegar a mil. Na correção da parte objetiva, o exame tem um modelo matemático, a Teoria da Resposta ao Item (TRI), que limita a nota máxima de acordo com o desempenho geral dos participantes - que nunca será mil. Com a TRI, os itens são pré-classificados por dificuldade. Assim, as notas não levam em consideração apenas a quantidade de acertos, mas também quais questões foram acertadas.
A diferença de pontuação na parte objetiva entre os aprovados em cursos mais concorridos costuma ser pequena. Portanto, garantir pontuação alta na redação pode ser decisivo. Todas as universidades federais usam, total ou parcialmente, o Enem como processo seletivo. Este ano, o Sisu ofereceu 51 mil vagas para quem tivesse feito Enem.
Única
A prova exige que os candidatos façam uma dissertação sobre um tema conhecido na hora, como ocorre em outros vestibulares. A diferença no Enem é a necessidade de o participante escrever uma proposta de solução ao problema abordado no tema. O respeito aos direitos humanos também deve ser contemplado.