Anteriormente, essa condição mental era alvo de desinformação entre a população
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Um estudo conduzido pela plataforma Hibou Insights revelou que, após enfrentar estigmas e paradigmas, os brasileiros agora reconhecem a depressão como uma doença. Anteriormente, essa condição mental era alvo de desinformação entre a população.
De acordo com Ligia Mello, diretora de estratégia da empresa especializada em comportamento humano, o percentual de pessoas que compreendiam a gravidade da depressão estava em torno de 80%, mas agora a população demonstra maior atenção ao tema.
“As pessoas perceberam que não se trata de frescura ou de simplesmente se mexer, levantar e fazer algo. Elas começaram a entender que a depressão pode paralisar as pessoas. Esse número, há sete anos, estava na faixa dos 80%. Agora, os brasileiros estão se informando mais, reconhecendo os gatilhos da depressão e compreendendo que aqueles que sofrem dessa condição precisam de ajuda”, afirmou Mello ao GLOBO.
Apesar dos avanços, cerca de 5% da população ainda classifica a depressão como um estado de espírito ou humor, enquanto 6% a veem como sinônimo de fraqueza.
“A pandemia contribuiu significativamente para que as pessoas compreendessem a vulnerabilidade e a finitude da vida. Antes, o brasileiro acreditava que as mortes ocorriam apenas em acidentes de carro, balas perdidas, assaltos ou em decorrência da velhice. Agora, percebemos que a realidade é diferente. O fundamental é continuar a falar sobre isso, mostrando que essa doença é comum e latente na maioria das pessoas, para desmistificar cada vez mais essa situação”, destacou Ligia.
A reportagem do O GLOBO também apresentou os principais fatores que levam as pessoas a um quadro depressivo. Entre eles, destacam-se a dificuldade financeira ou de ascensão profissional, com quase 70%; falta de perspectiva econômica e desemprego (60%); excesso de trabalho e estresse; e falta de perspectiva de vida (ambos com 53%).
Além disso, houve um aumento de 8% no número de pessoas que indicaram que o principal motivo que as levou a considerar o suicídio foi a dificuldade em atender às expectativas da família ou amigos, e outros 6% mencionaram problemas com dívidas.
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