Passados alguns meses da megaconferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável ocorrida no Rio, temos condições de avaliar com mais distanciamento (e menos "paixão") as reais implicações do encontro. Poucas pessoas esperavam que a Rio+20 pudesse mudar o mundo. Entretanto, de uma forma modesta e inesperada, ela pode ter feito exatamente isto.
Entre os dias 20 e 22 de junho deste ano, mais de 45.000 pessoas, incluindo cerca de 100 chefes de Estado, com representantes de 180 países, se encontraram no Rio Centro. Líderes da Austrália ao Zimbabwe, incluindo o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e o seu par francês, François Hollande, participaram, apesar de algumas ausências notáveis, como a da chanceler alemã Angela Merkel, do presidente norte-americano, Barack Obama, e do primeiro-ministro inglês, David Cameron.
O propósito do encontro era renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável e endereçar os novos desafios para atingir esta meta, mas muitos acreditam que o evento falhou nesta questão. Enquanto que a primeira conferência (a Eco 92) produziu os tratados para as mudanças climáticas e para a biodiversidade, entendidos como marcos históricos, o encontro deste ano produziu um documento de 53 páginas, intitulado "O futuro que queremos", o qual tem sido considerado fraco em ambição e confuso no conteúdo.