Enem 2025: 4 citações LGBTQIAPN+ para usar na redação

Citações de personalidades LGBTQIAPN+ podem enriquecer a redação do Enem

Weslly Gomes - LeiaJá

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Celebrado mundialmente neste sábado (28), o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ rememora a Revolta de Stonewall (1969), quando frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, rebelaram-se contra a violência policial. Consequentemente, em 1970, realizou-se a primeira Parada do Orgulho, marco inicial de um movimento global por direitos civis. Contudo, diante da relevância histórica e social do tema, especialistas alertam que citações de personalidades LGBTQIAPN+ podem enriquecer a redação do Enem 2025.

Embora o Brasil sedie a maior Parada do Orgulho do mundo – reunindo 3 milhões de pessoas em São Paulo –, o país enfrenta uma realidade contraditória. Lamentavelmente, lidera os rankings globais de assassinatos de homossexuais e responde por mais da metade dos crimes transfóbicos do planeta. Portanto, temas como diversidade, inclusão e direitos humanos são candidatos potentes para a prova de redação, que exige compreensão crítica de questões sociais complexas.

Para a professora de redação Cássia Lima, o movimento histórico é um repertório fértil. “A luta da comunidade LGBT é por Direitos Humanos. Conhecer suas conquistas ajuda na argumentação”, afirmou. Ela recomenda o uso de citações de ativistas para dar densidade ao texto.

A professora Leticia Santos, doutora em letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), listou algumas citações que podem ser usadas no Enem, confira a lista abaixo:

Citações LGBTQIAPN+ que podem ser usadas na redação do Enem

“Bato palmas para as travestis que lutam para existir, e a cada dia conquistar o seu direito de viver e brilhar.” (Linn da Quebrada)

“Como destaca a artista e ativista trans Linn da Quebrada, em sua música ‘Mulher’, essa frase pode ser usada para defender o direito básico à vida da população trans, especialmente em um contexto brasileiro, onde mais da metade dos crimes transfóbicos do mundo ocorrem. Use-a para criticar a invisibilidade social e exigir políticas públicas específicas”, destacou Cássia.

“Ser homossexual não é demérito para ninguém, e no futebol não deveria ser um assunto tão polêmico” (Richarlyson)

Como explica a professora Cássia Lima, essa fala expõe a homofobia em setores hegemônicos como o esporte. E pode ser usada em temas sobre preconceito institucional ou a necessidade de representatividade em espaços de poder.

“Precisamos de muitas rebeliões, de muitos Stonewalls, de um movimento contínuo da sociedade para que a democracia se efetive e se equalize no direito de todos.” (Daniela Mercury)

Conforme destacado pela professora Cássia, essa fala reafirma o poder dos movimentos sociais. “Empregue-a para valorizar protestos como ferramenta democrática ou defender a continuidade das lutas por direitos”, destaca a docente.

“É preciso ir abrindo brechas para tentar minimizar os danos da política vigente. Uma política totalmente inclusiva ainda está longe. O máximo às vezes pode parecer o mínimo, mas o mínimo, para quem não tem nada, já é muita coisa.” (Erika Hilton)

Essa reflexão legitima conquistas graduais em contextos adversos. “Use-a para propor intervenções realistas (ex.: cotas, uso do nome social) ou discutir avanços legislativos”, destacou.

A professora Cássia Lima ainda destacou que o aluno deve contextualizar as citações com a dicotomia brasileira (celebração vs. violência) e relacionar aos direitos humanos universais para uma abordagem crítica e consistente.