Rejeição ao Supremo é maior entre eleitores de Bolsonaro; imagem da corte empata com Lula, deputados e senadores
Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília | Divulgação/Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Rafael Porfírio - SBT

A pergunta foi feita a 2.004 pessoas em 136 cidades do país: “Você sente mais orgulho ou mais vergonha dos ministros do STF?”. E a resposta revelou um retrato de desconfiança generalizada com quem detém poder no Brasil. O Supremo marcou 58% de vergonha, colado nos índices de Lula (56%), deputados (58%) e senadores (59%), todos empatados na rejeição popular.
A pesquisa foi realizada pelo Datafolha nos dias 10 e 11 de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Pesquisa Datafolha (junho/2025)58% têm vergonha dos ministros do STF30% têm orgulho12% não souberam responder
STF x Política: quem gosta e quem detona
A rejeição é maior entre bolsonaristas. Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 82% dizem ter vergonha do STF. O número vai além quando se analisa apenas quem declara preferência partidária pelo PL: 91% sentem vergonha, e apenas 5% se dizem orgulhosos.
Já entre os eleitores de Lula, o jogo vira, mas nem tanto. 52% dizem sentir orgulho dos ministros do STF, enquanto 36% ainda sentem vergonha. A aprovação sobe no grupo que avalia o governo como “ótimo ou bom”. Neste segmento, o orgulho com o Supremo chega a 57%. Mas quando a gestão é vista como “ruim ou péssima”, o STF despenca, com só 10% se dizendo orgulhosos.
Entre eleitores de Bolsonaro (PL)91% têm vergonha 5% têm orgulho
Entre eleitores de Lula (PT)53% têm orgulho 36% têm vergonha
A relação tensa entre Bolsonaro e ministros do STF em relação a decisões tomadas pelo ex-presidente durante a pandemia alimentaram ainda mais a crise de imagem da corte. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - que é composta também por ministros do STF - declarou Bolsonaro inelegível, o que inflamou ainda mais sua base.
Religião e idade também influenciam
O STF também tem mais rejeição entre evangélicos: 66% dizem ter vergonha, e só 22% têm orgulho. Entre católicos, os números são um pouco menos negativos: 56% de vergonha e 33% de orgulho.
Entre evangélicos:66% têm vergonha22% têm orgulho
Entre católicos:56% têm vergonha33% têm orgulho
Ao contrário do STF, as Forças Armadas ainda mantêm prestígio: 55% dos brasileiros sentem orgulho, contra 36% que sentem vergonha.
Forças Armadas:55% têm orgulho36% têm vergonha
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