Em julho, 22% dos brasileiros estão com mais da metade da renda comprometida com dívidas; 78% estão com dívidas
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
O endividamento e a inadimplência no Brasil atingiram o maior percentual em 12 anos no mês de julho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada nesta segunda-feira (8) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Neste contexto, 22% das famílias brasileiras estão com mais da metade da renda comprometida com dívidas.
De acodo com a Peic, o endividamento das famílias brasileiras chegou a 78% em julho. Houve aumento de 0,7 ponto percentual na comparação com o mês anterior e de 6,6 pontos percentuais em relação ao mesmo mês do ano passado. O percentual de comprometimento da renda permanece no mesmo valor, em 30,4%, desde abril, mas 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas.
“A alta dos indicadores de inadimplência, após queda nos meses de abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito momentâneo no pagamento de contas ou dívidas já atrasadas, concentrado no segundo trimestre deste ano”, analisa o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
A aceleração do endividamento neste início de semestre ocorreu de forma semelhante nas duas faixas de renda pesquisadas. Para as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos por mês, a contratação de dívidas voltou a subir (0,8%) depois de dois meses de redução.
Entre os que recebem até 10 salários, o endividamento cresceu em 0,6%. “As classes de despesas das famílias que ganham menos são justamente as que tiveram maiores aumentos recentes de preços”, explicou Izis Ferreira, economista da CNC, responsável pela pesquisa.
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