Caso foi no litoral de SP; cena foi filmada por testemunhas
Correio 24h
Foto: Reprodução
Uma mulher foi presa em flagrante depois de atacar um passageiro com ofensas racistas dentro de um ônibus em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
O autônomo de 29 anos, que prefere não se identificar, contou ao G1 que estava conversando com a esposa dentro do ônibus quando os ataques começaram, no sábado (10). Parte da cena foi gravada.
As imagens mostram a mulher dizendo: "Macaco. Macaco fedorento. Tu não presta, tu é preto da senzala. Crioulo fedido. Tira os óculos e vai catar papelão, vaga...".
O rapaz contou que nem notou inicialmente as ofensas, mas um outro passageiro o avisou que os xingamentos proferidos pela mulher eram para ele. A essa altura, ele estava a cerca de 10 minutos no coletivo. "Eu olhei sem entender e, quando virei para trás, a moça simplesmente, gratuitamente, me olhou e falou 'é com você que estou falando mesmo, seu macaco", relata.
Ele questionou se era com ele mesmo e ela reforçou, novamente chamando-o de macaco. Ele disse que travou, sem conseguir assimilar o que estava acontecendo. "Minha mulher já levantou e a questionou, momento que a moça também a xingou de vaga...", diz.
A passageira tentou sair do ônibus, mas ele e a mulher não desceram. "Eu travei a passagem, sem encostar nela, e falei que ela não sairia enquanto a polícia não chegasse".
A mulher dele pediu que o motorista parasse o ônibus, porque iria chamar a polícia. Um dos passageiros acionou a Polícia Militar. A vítima conta que quando travou a passagem da mulher, ela alegou que ele tentava assaltá-la.
"Falou que eu era imundo, além dos outros xingamentos. Eu não a ofendi, apenas falei 'espera a viatura chegar'. Então ela disse 'quando a viatura chegar você vai preso', quando perguntei o porquê, ela respondeu 'porque você é preto, macaco, da senzala e tem que estar na cadeia", relembra.
Ele contou que buscou manter a calma, embora tenha se sentido mal e impotente diante da cena. "Eu já sofri racismo outra vez, mas dessa vez não poderia deixar de denunciar. Nada justifica um ato racista, é um ódio gratuito", afirma.
Passageiros que viram a cena dizem que ele chorou enquanto era chamado de "macaco" e "negrinho da senzala", entre outros.
O caso foi registrado como injúria racial na 1ª Delegacia de Praia Grande, onde a mulher ficou presa em flagrante.
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