País que mais vacina diariamente no mundo, o Chile ainda não está livre da Covid-19. O governo do país decretou que, a partir desta sexta-feira (12), 90% da população terá de respeitar quarentena nos finais de semana. Segundo a RFI, com aumento no número de casos da doença, algumas cidades entram em regime de lockdown total. Foto: Divulgação / Governo do Chile
Ao todo, o chile possui 873.512 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. São 21.362 mortes. Em 24h, o país já ultrapassou, por diversas vezes, a marca de 5 mil casos. As medidas abrangerão o horário de 22h até 5h, com toque de recolher no mesmo horário valendo para todos os dias da semana.
Na visão do sociólogo e analista político Patricio Navia, a sensação de segurança causada pela vacinação e o número estável de mortes diárias desencadeou um relaxamento das medidas de prevenção. "Há mais casos, mas são menos graves. Isso faz com que as pessoas se preocupem menos. Outro fator importante é que as pessoas se vacinam e se relaxam. Os filhos veem que os pais estão vacinados e se relaxam. Os netos veem que os avós já se vacinaram e começam a sair mais", explicou.
O Chile ultrapassou Israel e alcançou a marca de melhor país no processo de vacinação do mundo nesta segunda-feira (8). São, em média, 200 mil pessoas imunizadas por dia. Proporcionalmente, em termos de população, seria como se o Brasil aplicasse 2,2 milhões de doses diariamente.
Cerca de 24% da população total já recebeu a vacina, o que equivale a 4,6 milhões de pessoas. A meta de vacinar todos os grupos de risco até o final de março será atingida na próxima segunda-feira (14), com 5 milhões de imunizados. https://www.bahianoticias.com.br
Ainda assim, o presidente Sebastián Piñera não é bem quisto pela população. "A visão que as pessoas têm do presidente Sebastián Piñera não vai mudar muito nem com uma vacinação bem-sucedida nem com o aumento dos casos. Os chilenos queriam se divorciar de Piñera, mas veio a pandemia. É como numa família em que o casal quer se divorciar, mas chega a notícia de que o filho tem uma doença grave. Adiam o divórcio, mas, uma vez superada a doença, provavelmente chegará o divórcio", acredita Navia.
Diferentemente do Brasil, Piñera se esforçou desde o início da pandemia para fazer acordos com os laboratórios que produziam vacinas. Só em maio, cinco pré-contratos foram assinados com pagamento antecipado.
"Os laboratórios diziam que as vacinas só estariam prontas depois de um ano ou um ano e meio. O presidente dizia que 'mesmo que perdêssemos dinheiro, tínhamos de avançar'. Eu achei que ele estivesse completamente louco", revelou o ex-ministro da Saúde, Jaime Mañalich, que estava no cargo há um ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário