O destaque vai para o plano de ação "Beijei! E agora? - Caminhos para o empoderamento feminino", de Canindé de São Francisco (SE), que tem o intuito de orientar jovens sobre a educação sexual
No dia 8 de março, o mundo inteiro celebra as lutas e conquistas das mulheres com o Dia Internacional da Mulher. Entretanto, a busca pela igualdade e garantia de direitos ainda tem um longo percurso pela frente. De acordo com um estudo feito pelo IBGE em 2018, as mulheres brasileiras, por exemplo, ainda ganham cerca de 20% a menos que os homens. Além de ganharem menos, elas trabalham mais dentro de casa, tendo assim, uma dupla jornada conciliando afazeres domésticos e criação dos filhos com a carreira profissional. Com a pandemia, a situação piorou e a carga para atividades em casa aumentou mais quatro horas, segundo pesquisa da Universidade Sorbonne Paris Descartes. Imagem https://escolaeducacao.com.br
As desigualdades de gênero atravessam diversas outras áreas, como a participação da mulher na política e também a garantia de direitos sexuais e reprodutivos. Para ressaltar o movimento pela valorização e pela igualdade das mulheres, o programa Criativos da Escola, do Instituto Alana, lista sete projetos que estão querendo transformar a realidade e foram premiados na última edição do Desafio Criativos da Escola.
Uma das iniciativas é protagonizada por alunas do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, em Canindé de São Francisco (SE), que elaboraram o projeto Beijei! E agora?! - Caminhos para o empoderamento feminino, a fim de orientar jovens sobre educação sexual. A ação busca abrir espaço para discussões sobre assuntos que são considerados tabus, como a sexualidade, prevenção a infecções sexualmente transmissíveis (IST) e violência contra a mulher, com o intuito de ressaltar a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.
Após refletirem sobre a importância desses assuntos, que, na maioria das vezes, não são abordados na sala de aula e nas suas casas, os estudantes passaram a se questionar sobre formas de informar e incentivar debates sobre esses temas, que são tratados com preconceito até hoje. Devido à pandemia, chegaram à conclusão de que a melhor forma desse assunto chegar até os colegas seria por meio de ações online, compartilhando a informação via podcasts, quiz e dicas de prevenção.
Quando for possível o retorno às atividades presenciais, o grupo pretende realizar palestras nas escolas e organizar eventos mensalmente, buscando parcerias com órgãos públicos, como o Conselho Tutelar, o Ministério Público e o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS).
Confira outras seis ações que abordaram a valorização da mulher!
A (in)visibilidade da mulher na política do Alto Sertão da Bahia, da Escola Municipal em Tempo Integral Miguel Mirante, em Brumado (BA)
Ao notarem a desigualdade entre homens e mulheres na disputa eleitoral de 2020, estudantes criam plano para produzir conteúdos audiovisuais e, também, materiais didáticos sobre a história e a realidade da mulher na política.
Chama Violeta, da EMEF SAINT-HILIARE, de Porto Alegre (RS)
Plano de ação tem como intuito falar sobre estratégias para a comunidade na proteção às crianças e mulheres e debater sobre as formas de violência sexual e, possivelmente, ajudar a salvar vidas.
Empreenda, do Instituto Estadual De Educação Ciência e Tecnologia, em Bacabeira (MA)
Ação para apoiar e promover as práticas empreendedoras femininas na região. Por conta da pandemia, muitas alunas tiveram que buscar formas de complementar a renda da família.
Estudantes pretendem, por meio de um grupo de apoio na escola, contribuir com a diminuição da incidência de abuso sexual entre crianças e adolescentes, orientando-as na sua autodefesa e buscando apoio da comunidade escolar para desenvolver o projeto.
Protagonismo feminino em histórias reais, narradas para crianças em audiolivros, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Scherer, de Venâncio Aires (RS)
Plano de ação para a criação de audiolivros voltados ao público infantil com histórias de mulheres, exemplos de força e coragem para a sociedade.
Vozes Femininas - Não se cale!, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Duarte, em São Paulo (SP)
O projeto tem o intuito de criar uma campanha de combate à violência contra as mulheres nas redes sociais. Por meio da produção de conteúdos digitais, o grupo quer chamar a atenção para os tipos de violência, a fim de debater e conscientizar.
Sobre o Instituto Alana
O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão "honrar a criança".
Nenhum comentário:
Postar um comentário