Setores econômicos, governadores, ministros do Supremo Tribunal Federal e até aliados do Governo no Congresso têm engrossado o coro na pressão por medidas nacionais. Todos pedem união, mas não conseguem afinar os discursos em meio à campanha contrária de Bolsonaro
EL PAÍS**Foto: ANDRE PENNER / AP
O Brasil, enfim, começa a se dar conta da gravidade do colapso que vive durante a pandemia do coronavírus. Setores econômicos, governadores, ministros do Supremo Tribunal Federal e até aliados do Governo no Congresso têm engrossado o coro na pressão por medidas nacionais mais efetivas para enfrentar a crise, que está no seu momento mais crítico e tem um dos piores indicadores do mundo. Nesta terça-feira, o país registrou mais de 2.000 mortes em 24 horas pelo segundo dia consecutivo. Durante a semana, ultrapassou os Estados Unidos na média de óbitos diários pela primeira vez durante a segunda onda. Lançado a epicentro global após uma série de falhas no combate à crise, o Brasil vê seus sistemas de saúde na iminência de colapsar ou já colapsados em quase todo o seu território. Governadores, o Ministério da Saúde e até o Judiciário vêm pregando “união” para enfrentar a “guerra” contra o vírus, mas não conseguem afinar os discursos em uma direção comum para mitigar a pandemia. Hesitantes sobre os custos políticos e econômicos de confinamentos mais rígidos, os chefes dos Executivos estaduais sofrem com a oposição direta do Planalto, que oscila entre discursos e ações isoladas pró-vacinação com novas aparições negacionistas do presidente Jair Bolsonaro.
Encurralado pela pressão de distintos setores por vacinas e pelas críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na gestão da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro apareceu de máscara, acenou em prol da vacinação depois de meses de discursos antivacina e... ficou por aí. Segue criticando o lockdown ―medida apontada pela ciência como eficaz para frear o contágio quando não há tratamento eficaz contra a covid-19 nem vacinação em massa― enquanto é cobrado por ao menos 22 governadores por um pacto nacional junto com o Congresso e o Judiciário que inclua a centralização das impopulares medidas restritivas, fundamentais para reduzir os graves índices da pandemia. Mais em https://www.informecidade.com.br
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