Secretário tranquiliza: ‘Número adequado’
Estado atingiu marca de 74% de ocupação dos leitos de UTI; número é 1% a menos do ponto considerado "sinal vermelho". Média móvel de casos aumentou em 130%.
Foto: Chayenne Guerreiro / Bahia.ba
Com o aumento de 130% na média móvel dos casos de Covid-19 na Bahia, o estado atingiu a marca de 74% de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Esse número é 1% a menos do ponto considerado “sinal vermelho”, que a partir de 75%.
De acordo com o secretário de Saúde do estado, Fábio Vilas-Boas, apesar da proximidade com o sinal vermelho, o número é considerado adequado.
“[O sinal] Vermelho é acima de 75%. A gente chega em 75, 76%, e faz um esforço grande para poder trazer para baixo. Hoje nós estamos com 74. Do ponto de vista médico, uma unidade de UTI que tenha 85 a 90%, é um número adequado. Menos que isso é desperdício de leito, mais que isso significa que a pressão de leitos é muito grande. Teoricamente, qualquer coisa abaixo de 85 a 90% é adequado”, explicou Vilas-Boas.
“Nós usamos uma margem de segurança porque não sabemos o que vai acontecer ao longo dos próximos dias, então nosso sarrafo é mais baixo, a gente trabalha com 75%”.
Com relação ao aumento de 130% na média móvel dos casos, que é estimada a partir dos infectados contabilizados em sete dias, o secretário atribuiu ao crescimento de casos que já era previsto entre o final de 2020 e o começo de 2021.
“Essa é uma elevação prevista. A gente já vinha sinalizando, que no final do ano passado, com os festejos de final de ano, as equipes entraram em feriado. No começo do ano, as equipes de vigilância dos municípios estavam sendo trocadas, então havia uma redução artificial das notificações que começaram a ser desovadas agora. Além disso, nós tivemos também um problema nos sistemas de comunicação, um problema de informática, que resultou no acúmulo, no começo do mês, de uma quantidade significativa de casos”, disse.
Ainda segundo Vilas-Boas, os indicadores principais de alerta para a Covid-19 estão sendo acompanhados pela secretaria.
“O mais importante, que a gente está acompanhando, são dois indicadores. São os indicadores da taxa de internação – número de pacientes internados, número de leitos ocupados – e taxa percentual de ocupação, que tem se mantido estável entre 70 e 76%. Sempre que passa 72% nós fazemos um esforço adicional para trazer o mais próximo de 70%. E o número de óbitos, que segue estável, em torno de 30 óbitos por dia, mais ou menos”.
No sábado (16), por exemplo, a Bahia registrou 5.832 novos casos de Covid-19 em 24 horas. Esse foi o segundo maior número desde o início da pandemia. O recorde do número de casos, dentro de 24 horas, ocorreu em 22 de julho, quando foram contabilizados 6.401 casos.
Apesar do crescimento de casos, a Bahia ainda não registrou reflexo no número de internações, conforme explica o secretário.
“Nós não estamos observando, até o momento, um aumento da taxa de internação. Mesmo que esse número de casos novos notificados e casos ativos seja o reflexo de um aumento de contágio do que aconteceu no final do ano, isso não se reflete em uma maior necessidade de internação, o que pode estar associado a pessoas mais jovens que estão respondendo com saúde adequada à infecção, não precisa internar”.
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