por Fernando Duarte**Foto: Reprodução / Facebook
Depois de ovos e pedras, que já tinham sido alvo de críticas (lembre aqui), a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi atingida por tiros na noite desta terça-feira (26) (lembre aqui). Tal ato é, no mínimo, um prenúncio de barbárie política que o pleito de 2018 parece se encaminhar. Apesar de relativamente jovem, a democracia brasileira não precisa passar por isso. Os tempos da ditadura militar – sim, houve ditadura militar, para aqueles que julgam ter sido uma invenção da esquerda – ficaram no passado, por meio de uma custosa evolução permanente. O coronelismo político deveria ser parte de uma lembrança longínqua, porém não parece ser esse o desenho dos tempos que vivemos, com uma direita cada vez mais raivosa. Ainda que estejamos com receio desses miniatentados políticos – uma ameaça à democracia, como frisa a militância de esquerda -, o ex-presidente Lula não parece ser, necessariamente, o “alvo preferencial” dos tiros. Por mais absurdo que possa parecer a afirmação, se o foco daqueles que atacaram os ônibus fossem atingir o petista, acertar um ônibus às escuras não parece ser muito objetivo. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a afirmar que “querem matar Lula”. Permita-me discordar, Vossa Excelência. Aqueles tiros dificilmente iriam matar o ex-presidente. Sequer parecem ter como foco atingi-lo. Apenas assustá-lo e, isso, não há dúvidas, cumpriu seu efeito. Entretanto, leitores, não deixem se enganar. Em tempos de fake news, começaram a circular rumores diversos que há um movimento orquestrado para ampliar a condição de vítima a qual Lula se coloca. É outra situação que não parece fazer muito sentido, mesmo para radicais à esquerda – a guerrilha armada, como sabemos, ficou também no passado, junto com a ditadura. Tiros envolvidas em atividades políticas são barbárie. Que tenha sido um episódio isolado.
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