Crianças e adolescentes com irmãos acima de 15 anos passam juventude quase inteira em abrigos públicos à espera de uma família; aos 18 anos, os jovens precisam deixar os abrigos
"Quando decidimos adotar, nos inscrevemos apenas para uma criança. Mas, quando visitamos um abrigo, saímos de lá com nossas filhas gêmeas. Teve o dedo de Deus, com certeza". A lembrança é da advogada Sara Vargas, de 47 anos, que sempre teve o sonho da adoção, mas planejava adotar apenas uma criança. Contudo, quando foi a um abrigo em São Paulo e passou um dia no local, conheceu Kelly e Kethlen, meninas que hoje têm 15 anos, e foram adotadas aos quatro. Mesmo com a certeza de que queria acolher as duas meninas, estava sem jeito de contar ao marido que a família, que mora em Uberlândia, ganharia mais um membro além do previsto. Para sua surpresa, o marido compartilhava dos mesmo sentimentos: "O amor não escolhe. Nós dois tivemos certeza."
Atualmente, o número de pessoas interessadas em adotar é doze vezes maior que a quantidade de crianças disponíveis para adoção. Ainda assim, muitas delas passam a vida em abrigos públicos, sem um lar. De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, existem 4.881 crianças cadastradas para adoção no país. Dessas, 3.206 (65,68%) têm irmãos. No entanto, entre os 40.306 brasileiros interessados em adotar, 26.556 (65,89%) não querem crianças com irmãos. Os dados mostram o descompasso histórico entre o perfil desejado de futuros pais diante dos futuros filhos adotivos. Leia tudo em http://www.correiobraziliense.com.br
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