por Fernando Duarte**Foto: Reprodução/ Cru.org
O deputado federal Lúcio Vieira Lima encerrou de vez as especulações da debandada dos parlamentares do PMDB na Bahia quando confirmou que todos os detentores de mandato na Assembleia Legislativa da Bahia devem deixar a sigla para sobreviver politicamente (lembre aqui). A medida já era aguardada há bastante tempo, porém nenhum dos deputados estaduais falava publicamente sobre o assunto e, quando questionados, eram evasivos. Os últimos resilientes foram Leur Lomanto Jr. e Pedro Tavares, que preside a legenda na Bahia. Oficialmente, apenas Leur tornou pública a desfiliação ao PMDB. Lúcio poupou o constrangimento de ambos em deixar o ninho que os criou politicamente. Sobreviver politicamente é o grande interesse desses parlamentares ao deixar o partido. Depois da forte imagem do bunker de R$ 51 milhões, atrelado por tabela ao PMDB em virtude do principal acusado, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, era natural que houvesse uma debandada daqueles que formalmente não foram atingidos pelos respingos do escândalo. Já para Lúcio, permanecer no partido é uma saída honrosa para a família que comandou a mão de ferro a legenda nos últimos anos – e, concordemos ou não, fez do PMDB uma potência política na Bahia até 2010, quando se inicia o declínio que chega próximo do limite que vemos atualmente. Os desertores não deixam de ser injustos com o clã. Ainda que desejem ser dissociados dos Vieira Lima, foi sob a liderança de ambos que a sigla obteve resultados expressivos nas urnas durante um espaço importante de tempo e consolidou os zonas eleitorais que depois ajudaram a garantir vagas na Assembleia Legislativa. A debandada é apenas mais um episódio no caderninho de “ingratidões” acumuladas pelos Vieira Lima nos últimos anos. A lista inclui desde Jaques Wagner, de quem foram aliados de 2006 ao rompimento em 2010, até o prefeito de Salvador, ACM Neto, que marchou ao lado da dupla de 2012 a 2016. O fato é que qualquer um que quiser ter chances nas urnas este ano não pode seguir na mesma casa que abrigou os milhões do bunker e que, para completar, está ao lado do pouco popular presidente Michel Temer. Por isso, caso não consiga a reeleição em 2018, Lúcio pode levar ao pé da letra uma expressão bem popular e ser o último a apagar a luz do PMDB baiano. BN
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