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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Cazaquistão: Em apenas 2 semanas, 134.000 antílopes morreram e ninguém sabe o motivo

Em maio, pesquisadores não conseguiram explicar os motivos pelo quais uma manada inteira de antílopes ameaçados de extinção, morreram em apenas quatro dias, no Cazaquistão.

Rebanhos nas proximidades experimentaram falhas populacionais espontâneas, com mais de 134 mil mortes em apenas duas semanas. Até junho, as mortes haviam parado, mas, de repente, e de forma misteriosa, elas recomeçaram com força total. Fonte: Science Alert 

Agora, pesquisadores liderados pelo geoecologista Steffen Zuther, do grupo de conservação Altyn Dala Conservation Initiative, acham que encontraram as primeiras pistas sobre a devastação da metade do rebanho. "A extensão destas mortes e sua velocidade, se espalharam por todo o rebanho e matou todos os animais, isso não foi observado em qualquer outra espécie. É realmente inédito”, disse Lisa Zuther Ghose, ao Live Science.

Zuther e seus colegas suspeitam de bactérias, normalmente inofensivas, comoPasteurella e Clostridia, que só costumam causar problemas em indivíduos com sistema imunológico fraco. Mas, neste caso, elas parecem ter causado rápida e extensa hemorragia em quase todos os órgãos dos antílopes, e os grupos de mães e filhotes acabaram sendo o mais atingido.

Tais antílopes são da espécie ‘Saiga’, habitam um vasto território que vai da Moldávia, passando pela Ucrânia, Sibéria e partes da Hungria. Mas graças à extensa caça desde o fim do século 18 e, mais recentemente, a caça furtiva - seus chifres podem custar 150 dólares cada, para uso na medicina tradicional chinesa - as populações têm diminuído em até 95%, nos últimos 15 anos.

Agora, a subespécie dominante, Saiga tatarica, é encontrada apenas em um local, na Rússia, e em três locais no Cazaquistão. É essa gama limitada que deixou os ativistas tão preocupados. Além dos antílopes contribuírem para o ecossistema de terras áridas, também são uma refeição substancial para os predadores maiores na área, tais como lobos, o que seria difícil de serem substituídos, caso eles desapareçam.

Em maio de 1988, 270 mil Saigas foram aniquilados no Cazaquistão, e em maio de 2010, novamente, uma das populações perdeu 12 mil de seus 26 mil antílopes. Embora os pesquisadores acreditem em uma doença infecciosa chamada pasteurelose, que ataca os pulmões e intestinos, eles precisam tirá-los do habitat para que possam realizar a análise extensiva necessária para confirmar isso.

Mas o fato de que ambos os eventos ocorreram em maio, podem ser os maiores indicadores. E.J. Milner-Gulland, um biólogo de conservação do Imperial College de Londres, na Inglaterra, e presidente da Saiga Conservation Alliance, disse que maio é quando as populações de Saiga, no Cazaquistão, se reúnem para dar à luz, e isso parece torná-los particularmente vulneráveis.

Outra pista foi que as mães morreram antes, seguidas pelos filhotes, assim que os investigadores fundamentaram que as mães estavam sendo infectadas por algum microrganismo. Isto poderia estar sendo transferido para os filhotes através de seu leite. Uma análise detalhada dos mortos não resultou em nada, mas as bactérias do intestino eram inofensivas. "A questão é por que isso se desenvolveu tão rapidamente e se espalhou para todos os animais",questionou Ghose Zuther.

Infelizmente, não se sabe muito mais do que estas conclusões, mas sutis alterações ambientais talvez estejam fazendo com que as populações fiquem mais vulneráveis ​​ao veneno excretado por estas bactérias, disse Zuther.

"Se entendermos os fatores que contribuem para esses eventos, podemos ser capazes de mitigar ou impedi-los no futuro. Isto é importante porque três das quatro populações remanescentes de Saiga estão em níveis tão baixos que um evento como esse poderia exterminá-los completamente. A caça é um problema sério. Nós precisamos tornar estas populações realmente resistentes o suficiente para lidarem com as mortes em massa naturais que acontecem na espécie. O combate a caça furtiva tem de ser uma prioridade para os governos da Rússia e do Cazaquistão", concluiu. Fonte: Science Alert / The Guardian / Live Science / Galileu Foto: Divulgação

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