A essa altura, aos deputados do governo e da oposição que aprovaram a Medida Provisória 665 do ajuste fiscal só resta uma coisa a fazer: aprovar a Medida Provisória 664, também do ajuste, e torcer para que o governo cumpra o que prometeu.
O governo prometeu distribuir cargos do segundo e do terceiro escalão entre aqueles que lhe foram fieis. Desconfiados, os fieis queriam receber os cargos antes da votação da 664. Caso não recebessem, ameaçavam votar para reprová-la.
Mas de que adiantaria? Ao fim e ao cabo, ficariam sem os cargos que tanto querem. De resto, reconhecem que não haveria tempo para o governo entregar os cargos antes da votação da 664, marcada para a próxima semana. O jeito, portanto, é confiar.
A primeira leva de cargos contempla cerca de 150 deles. Cada afilhado de deputado empregado se compromete a tirar vantagem do cargo arranjando negócios para seu padrinho. Os negócios podem ser limpos, sujos ou suspeitos. Quase sempre são sujos.
O governo está cansado de saber disso. Mas finge que não. Quando estoura um novo caso de corrupção, o governo alega ser inocente. E garante que não ficará pedra sobre pedra, doa em quem doer, até que tudo seja apurado. É o que se vê a todo instante.
É o que continuará se vendo.
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