Um ministério com forte perfil político é o que a presidente montou em silêncio e, desde terça-feira 23, começou a ser dado a conhecer. Um a um, os nomes vão sendo anunciados extraoficialmente, em Brasília, por fontes do Palácio do Planalto. É a antecipação da informação completa, sobre todos os nomes, a ser confirmada, no máximo, até a segunda-feira 29, como Dilma prometeu.
Entre os nomes já dados como certos sobressai um perfil 100% político. Basta fazer a lista do que vai sendo veiculado sobre as escolhas.
Jacques Wagner, para a Defesa, e Ricardo Berzoini, nas Comunicação, representam canais diretos com o PT que trabalhou por Dilma fora e para dentro do partido, em público e nos bastidores. O nome de Cid Gomes, para a Educação, contempla o Pros, que fez à presidente o grande serviço de dividir o PSB de Eduardo Gomes. Para fazer um gesto ao PMDB e, ao mesmo tempo, a um político que lhe foi fiel, a presidente está chamando Eduardo Braga, líder do governo no Senado, para Minas e Energia, tradicional área de influência da agremiação.
O ex-prefeito Gilberto Kassa, presidente do PSD, era pedra cantada para o Ministério das Cidades e vai tendo seu nome confirmado, agregando para Dilma a maior agremiação de centro no Cogresso. Mais à direita, a presidente está chamando o suplente de senador Antonio Carlos Rodrigues, do PR, para a pasta dos Transportes. E, com ele obter os votos na Casa do PR. Para reforçar o outro extremo, o seu PT, Dilma chamara o petista Pepe Vargas para a Articulação Política.
Com esses nomes, o novo ministério se mostra 100% político, não menos. Com essa linha de frente, os técnicos estarão fora das vitrines. Os políticos, por seu lado, terão a missão de tocar as suas pastas e, ao mesmo tempo, formarem um cordão de proteção política à Dilma. Quadros como Wagner, Berzoini, Kassab e Gomes tem condições de sobra para cumprir esse papel. * Texto do Brasil 247
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