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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ações da Petrobras fecham o ano com uma queda de 37%

Bovespa teve um recuo de 2,9% em 2014. Já o dólar comercial subiu 12,9% e chega ao fim do ano cotado a R$ 2,66
No último pregão do ano, a Bolsa brasileira não conseguiu se segurar em terreno positivo e fechou em queda, o que reflete o seu desempenho no ano. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 1,16%, 50.004 pontos, puxada pelo cenário de mau humor externo. No mês, o indicador acumulou queda de 8,6% e, no ano, uma variação negativa de 2,9%. As ações da Petrobras registraram queda no último pregão do ano.Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da estatal registraram recuo de 2,52%, a R$ 10,02. Já os ordinários (com direito a voto) tiveram queda de 2,52%, a R$ 9,67. No ano, as ações da petrolífera caíram, respectivamente, 37,6% e 37,9%.
Já o dólar comercial apresentou desvalorização de 1,69% diante o real, a R$ 2,660 na compra e a R$ 2,662 na venda, o que fez a divisa, ao menos por enquanto, abandonar a casa dos R$ 2,70. No mês,a moeda americana subiu 3,5% e, no ano, 12,9%.
O dólar perdeu força no mercado global, o que ajudou na desvalorização da divisa no Brasil. Além disso, a cotação dessa terça-feira é a base para a liquidação de contratos futuros e derivativos que vencem em dezembro. Normalmente, em todo final de mês há uma “briga” entre os investidores que apostam na alta e os que apostam na queda das cotações. “O dólar operou com uma direção bem definida. A intenção dos vendidos (que apostam na queda) se sobrepôs sobre os comprados”, afirmou, em relatório, Ricardo Gomes da Silva Filho, economista da Correparti Corretora de Câmbio.

Durante o pregão, os investidores aguardavam ainda sinalizações do Banco Central sobre as regras para o programa de swap (que equivalem a uma venda de moeda no mercado à vista) em 2015. Após o fechamento dos negócios, a autoridade monetária anunciou que os leilões diários serão mantidos ao menos até o dia 31 de março e o valor ofertado será de US$ 100 milhões.
Já no mercado acionário, Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, avalia que, embora o pregão não tenha sido animado, a perspectiva é positiva para o início de 2015.
— Se olharmos para frente, vemos que o governo está se mexendo no campo fiscal, o que é positivo no curto prazo. Por outro lado, teremos dificuldades para aprovar as medidas necessárias no Congresso. E tem a Petrobras, que a situação ainda é preocupante — avalia.
AJUSTE NA ÁREA FISCAL
A queda na Bolsa no pregão dessa terça-feira se acentuou após a abertura dos negócios nos Estados Unidos, em que os números sobre a confiança do investidores vieram abaixo do esperado. As preocupações com a situação na Grécia também contribuíram para o mau humor. O giro financeiro no último pregão do ano ficou um pouco abaixo da média do mês anterior. O giro financeiro foi de R$ 5,4 bilhões, ante acima de R$ 6 bilhões em novembro.
Os investidores e analistas viram como positivas as medidas anunciadas pelo governo federal na segunda-feira à noite em relação aos benefícios sociais. Ajustes na concessão de pensão e seguro desemprego têm o potencial de economizar R$ 18 bilhões ao ano nas contas da Previdência Social, segundo contas feita pelo governo.
Mas a Petrobras continuou pesando, dessa vez com os investidores preocupados com a possibilidade da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) estar envolvida nas denúncias de corrupção. Além disso, há a expectativa que a estatal publique até janeiro seu balanço do terceiro trimestre, mesmo sem a aprovação da auditoria independente, para evitar a ação de detentores de seus títulos de dívida no exterior.
Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da estatal registraram recuo de 2,52%, a R$ 10,02. Já os ordinários (com direito a voto) tiveram queda de 2,52%, a R$ 9,67. No ano, as ações da petrolífera caíram, respectivamente, 37,6% e 37,9%.
Mas entre as maiores quedas no pregão estiveram as ações do setor de educação, que estiveram no ano entre as preferências dos investidores. A Kroton registrou recuo de 6,515 e a Estácio caiu 7,13%. O motivo foi a mudança, por parte do Ministério da Educação, das regras para acesso ao Prouni e Fies.
O analista Bo Williams, da Clear Corretora, lembrou que a baixa volatilidade do último pregão do ano esteve atrelada à falta de notícias que possam impulsionar as decisões de compra ou venda.
— As melhores oportunidades para os investidores é quando o mercado tem direção ou força. Nesse pregão não tivemos uma coisa e nem outra — avaliou.
BOLSAS NA EUROPA OPERAM EM QUEDA
O comportamento no Brasil segue os principais índices globais. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, teve recuo de 1,22%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve desvalorização de 1,68% e o FTSE 100, de Londres, caiu 1,30%. A queda na Europa está atrelada à queda no preço do petróleo e às preocupações em relação à Grécia. Nos Estados Unidos os principais indicadores também operam em terreno positivo, principalmente após o índice de confiança do consumidor ter ficado um pouco abaixo do esperado. O Dow Jones recua 0,36% e o S&P 500 registra desvalorização de 0,48%. As Bolsas nos Estados Unidos operam até as 19h (horário de Brasília).
Nos próximos pregões, a maior influência do lado externo deve vir da China. Medidas de estímulos no país asiático podem ajudar na valorização dos ativos brasileiros, em especial os de empresas exportadoras de matérias-primas.

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