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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Como Chicago reduziu crimes entre jovens


Foto: Tony Webster/ Creative Commons 
Chigago, nos EUA, conseguiu reduzir em 43 por cento as prisões por crimes violentos entre jovens, com um programa aparentemente simples e barato de ser implantando.
Criou empregos de verão para adolescentes em situação alto de risco. 
E quando as vagas terminaram muitos desses jovens não voltaram ao mundo do crime.
A iniciativa começou há alguns anos, mas o resultado da pesquisa saiu agora.

A inciativa
O programa de empregos de verão foi dado para adolescentes que frequentam escolas secundárias em algumas áreas de alta criminalidade e baixa renda da cidade.
O programa foi concebido para conectar os alunos com o trabalho.

O trabalho 
Alguns dos alunos receberam empregos por meio período, através do programa, trabalhando 25 horas por semana ganhando salário mínimo salário mínimo, o que dá 825 dólares por mês em Illinois, pouco mais de 2 mil reais por mês.
Os trabalhos era dados pelo governo ou por ONGs. 

Eles trabalhavam como conselheiros do acampamento, auxiliares de escritório, ou em hortas comunitárias, entre outros lugares. 

Outros alunos do grupo de tratamento trabalharam 15 horas por semana em trabalhos semelhantes, mas também receberam 10 horas por semana de tempo para "aprendizagem social-emocional", onde aprenderam a gerir as suas emoções, ou comportamentos que podem atrapalhar no emprego. 

Todos os alunos do programa receberam mentores também. 
Os adolescentes do grupo de controle não participou de nenhum desses programas "psicológicos".

Resultado
A pesquisa foi feita com dados da Polícia de Chicago acompanhou todos os alunos nos 16 meses após o início do programa. 
O trabalho é pesquisadora Sara Heller, em parceria com a cidade.
Ela sugere que esses empregos de verão, mesmo depois do fim do contrato, provocaram uma redução de 43 por cento nas prisões por crimes violentos durante esses 16 meses, em comparação com os estudantes em um grupo de controle.

Efeito duradouro
43% é um número é impressionante por vários motivos.
Isso implica que uma intervenção relativamente curta (e barata), como um período de 8 semanas de empregos de verão - ou 2 meses -  pode ter um efeito duradouro sobre o comportamento adolescente. 
Ele empresta suporte empírico para um refrão popular entre os advogados: "Nada impede uma bala como um trabalho."

A pesquisa
A pesquisa sobre o programa, realizada pela Universidade de Chicago Crime Lab, saiu na revista Science.
Ela estudou 1.634 adolescentes em 13 escolas de ensino médio. 
Vinte por cento do grupo já havia sido preso, e 20 por cento já tinham sido vítimas de crime.

Criminalidade
Nos dados de criminalidade, não houve diferença entre os estudantes que receberam o aconselhamento psicológico e aqueles que não o fizeram, o que sugere que o grupo de trabalho 25 horas por semana pode ter adquirido algumas das mesmas habilidades sócio-emocionais no trabalho. 

Houve uma grande diferença, no entanto, nos dados de detenção por crime violentos entre os adolescentes que conseguiram emprego e aqueles que não o fizeram:

Possibilidades
Os adolescentes que poderiam ter cometido crime para conseguir dinheiro já não precisavam roubar quando eles tinham um trabalho.

Se sua renda permitiu que seus pais acrescida trabalhassem menos, eles acabaram tendo tempo para mais supervisão de um adulto. 

Também é possível que os alunos que estavam ocupados trabalhando, simplesmente não tinham tempo ocioso durante o verão para cometer crime.

Mas que a teoria não explica é o declínio de longo prazo em prisões violentas que ocorreram bem após o programa de verão acabou.

Heller, na verdade, descobriu que a maior parte do declínio veio alguns meses depois:
O benefício a longo prazo sugere que os alunos que tiveram acesso a postos de trabalho podem ter percebido que o crime é uma alternativa menos atraente que trabalho. 

Ou talvez o seu tempo no trabalho lhes ensinou como o mercado de trabalho valoriza a educação. 

Ou talvez a experiência de trabalho pode ter dado a eles habilidades que lhes permitiram ser mais bem sucedidos e menos propenso a ficar em apuros.

Motivo
Neste estudo não é possível identificar exatamente por que um programa de empregos de verão pode mudar a trajetória de adolescentes em risco de se tornar violento.

Ele também levanta a possibilidade de que adolescentes com empregos de verão podem ter mais dinheiro para gastar em drogas (prisões por drogas para o grupo de tratamento foram ligeiramente maiores do que para o controle). 

Estes resultados sugerem que as cidades poderiam ter um bom retorno para o custo mínimo de um programa de empregos de verão, principalmente se ele atinge adolescentes antes de abandonar a escola.

Fazer mais com menos
Segundo Hellen, os resultados refletem uma conclusão comum na educação e pesquisa em saúde: a de que os programas públicos podem fazer mais com menos, mudando de remediar para a prevenir.

Os resultados deixam claro que tais programas não precisam ser muito dispendiosos para melhorar os resultados para os jovens desfavorecidos.

Bem orientadas, as políticas de emprego de baixo custo podem fazer uma diferença substancial, mesmo para um problema tão destrutivo e complexo como a violência juvenil.

Opinião SóNotíciaBoa
Trazendo o caso para o Brasil, o que menos importa é o motivo que leva os jovens a abandonar o crime.
O que vale é o fato de terem deixado roubos e mortes de lado para construir algo positivo, honrado, mudar para uma vida digna, em sociedade.

E se é mais barato investir nesses empregos de verão do que gastar com os jovens nas prisões - e com a população atingida por eles nos hospitais - o que nossos governantes federais, estaduais e municipais estão esperando para testar esse modelo?

Faltam boas ideias, ou vontade política?
A ideia já está aqui!  Com informações do WashigntonPost

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