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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Marina diz: “Fui vitima do preconceito e do Marketing Selvagem”

Jairo Carioca – da redação de ac24horasRio Branco - Acre
Na primeira entrevista após a derrota nas eleições deste ano, a ex-presidenciável Marina Silva desabafou afirmando que foi vitima do preconceito, o mesmo preconceito utilizado contra Lula quando ele foi candidato contra o Fernando Collor. A ex-ministra evitou falar mal de Dilma e Aécio Neves, comparou a morte de Eduardo Campos com um dos momentos mais difíceis de sua vida: o assassinato de Chico Mendes. Com relação ao escândalo na Petrobras, ela foi taxativa: “é preciso mudar essa diretoria”, disse.

Exibida na Globo News na noite de sábado com reprise no domingo, a entrevista com o jornalista Roberto D’Ávila teve dois blocos e durou cerca de 30 minutos. Marina fez uma avaliação das eleições deste ano, afirmando que embora tenha sido difícil, foi gratificante.

“Gratificante porque foi uma oportunidade de debater os assuntos que interessam o país, a vida da população”, acrescentou.

A acreana disse que fez escolha por uma aliança programática para debater com os brasileiros aquilo que se pode fazer diferença na vida das pessoas. Para ela, falar a verdade durante os programas eleitorais lhe custou um preço muito alto.

“A desconstrução da coragem do que dissemos que iríamos fazer para o país”, relatou.

Quando o jornalista Roberto D’Ávila lhe perguntou sobre as criticas que ela sofreu pelo presidente Lula, Marina fez arrodeio, falou do objetivo de realinhamento político e evitou falar mal do ex-presidente. Para ela, os defeitos a ela imputados foram na postura adotada pela coligação e do seu discurso verdadeiro.

“Não queremos fazer um discurso na hora de ganhar e outra coisa na hora de governar. Desde 2010 que falo em governar com os melhores, buscando legados. O da estabilidade econômica do PSDB, da inclusão social do PT. Falar a verdade tem um preço”, destacou.

Com relação à declaração dura feita pelo tucano Aécio Neves sobre a quadrilha que se instalou no governo federal, ela também evitou se aprofundar. “Eu prefiro ter a minha opinião”, continuou. Marina relatou que o processo político no Brasil vem sofrendo um rebaixamento em que não se discute mais programas, mas estratégias de como se faz para se manter o poder e ganhar o poder.

“Estruturas faraônicas, trocas políticas por pedaços do estado e tempo de televisão. Não vale tudo para se alcançar os objetivos, eu prefiro perder ganhando do que ganhar perdendo, porque ganhar perdendo estiliza o marketing selvagem, a mentira, a calúnia, a difamação, o jogo do poder pelo poder”, desabafou.

Marina também acredita que o país saiu divido nestas eleições. Ainda com relação às criticas que sofreu ela disse que foi aniquilada pelos adversários e até brincou: “só se eu fosse a exterminadora do futuro para fazer tudo isso que disseram de mim”.

A REDE – Ao falar sobre o partido que tentou criar, a Rede de Sustentabilidade, Marina disse que houve uma ação política dentro dos cartórios e que a legislação depois de beneficiar novos partidos foi modificada para prejudicar a Rede. “A ação nos cartórios anulava as nossas assinaturas sem base legal e nem justificativa”, comentou.

Sobre Eduardo Campos – Marina disse que não pediu e em nenhum momento exigiu sua candidatura de vice. “Essa decisão foi de Eduardo Campos e do PSB”, acrescentou. Ela comparou a morte do presidenciável no trágico acidente em São Paulo, com o momento mais difícil de sua vida, a morte de Chico Mendes em Xapuri.

“Mais uma vez me colocou diante de uma tragédia. Sabia que ia apoiar o Eduardo Campos não para dividir palanque, mas legados, o meu encontro com ele foi de legados”, falou Marina.

Na longa entrevista, a acreana ainda analisou o ajuste fiscal e fez pesadas criticas a Petrobras. Para ela, a atual diretoria do maior patrimônio do Brasil precisa ser mudada urgente. “R$ 30 bilhões roubados por grupos que se assenhoraram do patrimônio da sociedade brasileira”, criticou.

Com relação ao seu futuro político, Marina disse que vai continuar assumindo posição independente e defendendo uma nova política. “Se tem algo correto eu vou apoiar”, concluiu.

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