A mãe do menino autista achado abandonado dentro de um shopping em Aracaju foi ouvida na delegacia em Salvador nesta sexta-feira (01). A mulher, que é psicóloga, mora em Amargosa e prestou depoimento na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derca) hoje. A mulher contou que abandonou o filho no shopping porque sofre de problemas psiquiátricos e não tem dinheiro para sustentar o menino. O pai da criança mora em Aracaju - os dois são separados e o pai demorou a reconhecer a foto do menino ao ser questionado pela polícia de Sergipe. Inicialmente, a mãe do menino disse que teria perdido a criança no estabelecimento, mas ela não prestou queixa nem estava procurando por ele. A mãe do menino disse ter depressão e apresentou um atestado médico, classificando de "momento de desespero" sua ação. Ela está em Salvador com familiares aguardando a decisão da Justiça. "Ela já saiu de Amargosa com essa finalidade. E chegando lá (em Aracaju), deixou o menino num shopping e voltou para Amargosa. Disse que estava sem condições de manter a criança, em função da pensão ser irrisória, a que recebe do pai do menino, e o filho necessita de cuidados especiais", explicou a delegada Janice Dória, que colheu o depoimento. O nome da mãe não foi divulgado. Ela pode ser indiciada por abandono de incapaz. O caso contou com ajuda direto de Salvador para ser solucionado. "Uma mulher da Associação de Amigos do Autista da Bahia informou que viu a foto do menino sendo divulgada e lembrou que já tinha visto a criança na associação. Ela nos ajudou a encontrar os pais", disse a delegada Lara Schuster, do Departamento de Atendimento a Grupo Vulneráveis (DAGV) de Aracaju. O pai foi localizado e revelou que não sabia do desaparecimento do garoto. "Ele informou que era separado da mulher há algum tempo e que não lembrava direito da fisionomia do filho. Mostramos a foto ao pai e ele não reconheceu de imediato o filho", conta outra delegada, Suirá Paim. O menino tem 12 anos de idade e permanece em um abrigo de Aracaju até que o caso seja resolvido. A Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas) presta apoio ao garoto, que estava sem identificação e não falou com os assistentes. Ele estava com aspecto de saudável e bem cuidado, com uma mochila nas costas com roupas, fralda e um medicamento controlado. Ele está no Abrigo Caçula Barreto, onde o chamaram de Gabriel. (Correio)
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