do BOL, em São Paulo
O PSB, partido de Eduardo Campos, morto em acidente com um avião na última quarta-feira (13), tem 10 dias para anunciar um novo candidato, se esta for a alternativa escolhida. Integrantes do PSB, do governo Dilma, do PT e da campanha do tucano Aécio Neves, no entanto, já avaliam e acreditam na consolidação, nos próximos dias, da oficialização do nome de Marina Silva para a disputa pela Presidência da República, pelo menos é o que afirma reportagem da Folha de S.Paulo.
Apesar disso, membros ligados ao partido ressaltam que só passado o choque inicial e o luto pela morte do ex-governador de Pernambuco será possível um posicionamento claro sobre o que deve se seguir.
De acordo com a publicação, a coligação liderada pelo PSB já deu um indicativos que aponta para a ida de Marina para a cabeça de chapa em nota divulgada na quarta (13), em que é citada frase de Campos de que as pessoas não podem "desistir do Brasil". "A perda de Eduardo encerrou sua vida, mas não seus ideais", revela o texto.
Sem ter conseguido montar um partido para disputar às eleições, Marina Silva acabou se filiando ao PSB e aderindo à candidatura de Campos em outubro do ano passado.
Ela obteve 19,6 milhões de votos para presidente em 2010 (ficando em terceiro na disputa), e um melhor desempenho do que Campos nas pesquisas de intenção de voto, com isso, era frequentemente citada como uma "sombra" do ex-governador, ameaçando-lhe a prevalência na chapa.
Campos, no entanto, controlava toda a máquina partidária. A divisão entre Marina e o candidato de PSB estava explícita no fato de o grupo político de Marina já ter dito que deixará a legenda assim que conseguir validar sua própria sigla na Justiça Eleitoral, a Rede Sustentabilidade.
Além disso, nos últimos meses na definição dos palanques regionais - Marina reprovou publicamente os acertos feitos pelo PSB com o PT no Rio e com o PSDB em São Paulo - , o que pode representar uma ameaça à viabilidade de uma candidatura. Ontem mesmo, no dia do anúncio da morte de Campos, nos bastidores, uma ala do PSB já defendia a escolha de um nome genuíno do partido para substituir Campos.
A avaliação preliminar do PT e do governo Dilma é que haverá uma ''comoção'' que contribuirá para a consolidação da candidatura de Marina no lugar de Campos. Interlocutores do ex-presidente Lula acreditam que o ideal, para a candidata do Partido dos Trabalhadores, seria o PSB optar pela neutralidade, mas avaliam que isso é praticamente impossível.
Se a entrada de Marina na disputa se viabilizar, a cúpula petista prevê prejuízos para Dilma, pois, de acordo com eles, ficaria praticamente assegurado um segundo turno. Já se Marina não for a escolhida, o PT teme que setores do PSB migrem para a candidatura de Aécio.
O PSDB, por outro lado, vê a candidatura de Marina como nociva por tirar votos hoje endereçados ao tucano Aécio Neves. Em compensação, os tucanos fazem a mesma avaliação dos petistas, de que o segundo turno fica garantido. Acreditam, também, que apoios de partidos como o PPS poderiam migrar para o PSDB, por não terem identificação ou simpatia por Marina.
Visivelmente abatida pela morte do companheiro na disputa pela Presidência, Marina fez nesta quarta um breve pronunciamento. "A imagem que eu quero guardar dele foi da nossa despedida. Cheio de alegria, cheio de sonhos, de compromissos. É com esse espírito que peço a Deus que possa sustentar sua família e a todos nós", disse. (Com informações da Folha de S.Paulo)
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